O TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) confirmou na
última semana a legalidade da resolução do CRM/SC (Conselho Regional de
Medicina de Santa Catarina) que proíbe médicos de trabalharem em partos
planejados fora de ambiente hospitalar.
No documento,
o MPF alegou que o ato feria o direito das mulheres de escolher o local e
profissional que desejam ter por perto no momento do parto, além de “cercear
arbitrariamente o direito do profissional médico que atua em partos
extra-hospitalares”. O não cumprimento da resolução é considerado infração
ética em Santa Catarina.
Após o
pedido ter sido negado na 2ª Vara Federal de Florianópolis no fim do ano
passado, o Ministério Público Federal recorreu da decisão ao TRF4, mas ele foi
novamente indeferido no último dia 29 de janeiro. A associação de doulas do
Estado informou que ainda não foi notificada da decisão.
O juiz
federal Sérgio Renato Tejada Garcia entendeu que é necessário aguardar o
processo para decidir a legalidade ou não da determinação.
“É de
ser prestigiada, por ora, a cautela do órgão de classe na edição da referida
resolução, a fim de que se possa, no curso da instrução processual, melhor
investigar a amplitude dos riscos existentes na realização do parto domiciliar
planejado, inclusive com dados técnicos, a fim de avaliar se a restrição
imposta pela resolução atenta contra direitos da gestante e do médico”
A ação
segue tramitando e ainda deverá ter o mérito julgado na 2ª Vara Federal de
Florianópolis. Ainda não há data para uma audiência.
Primeiro Centro de Parto Natural
de SC
Na
contramão da determinação do CRM, doulas, gestantes e profissionais da saúde
trabalham para a construção do primeiro centro de Parto Natural do Estado. Previsto
para ser implementado no centro de Florianópolis, o local
será usado como opção para partos com menos intervenções médicas e mais
humanizado.
Juliana
Monguilhott, defensora do projeto e presidente da Abenfo/SC (Associação
Brasileira de Enfermeiras Obstetras, Neonatais e Obstetrizes), afirma que o
projeto está mais perto de tornar-se realidade. Nesta semana a prefeitura de
Florianópolis emitiu um documento que faltava sobre o terreno que foi cedido
para a construção da estrutura.
“A
nossa ideia é não ter nenhum médico atuando no centro, mas sim enfermeiras.
Nesse sentido, a resolução não nos afeta. [Com relação ao centro], está tudo se
encaminhando e em breve devemos submeter [ao Ministério da Saúde”], disse.
Voltado para mulheres da região, sobretudo aquelas que possuem acesso à saúde somente por meio do SUS, a expectativa é de que sejam realizados 70 procedimentos ao mês.
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