Aprovação da CPI recebeu votos favoráveis até mesmo dos deputados governistas
Como parte das reações às denúncias de irregularidades na
compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões pelo governo do Estado, a
Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou duas medidas de impacto sobre
o assunto na sessão desta quarta-feira, 29.
Uma delas é um pedido de afastamento do secretário de Saúde, Helton
Zeferino, e a outra a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para
investigar o assunto.
As supostas irregularidades na compra dos respiradores vieram à tona nesta
terça-feira (28), após reportagem do site The Intercept Brasil.
A primeira medida foi a aprovação de um requerimento pedindo o afastamento
do secretário de Saúde, Helton Zeferino, por supostas “práticas de ilícitos” na
compra dos respiradores. O documento foi proposto pela comissão especial que
acompanha as compras do governo durante a pandemia do novo coronavírus e ainda
precisa ser aprovado pelo plenário.
Se aprovado pela maioria dos deputados estaduais, o requerimento será
enviado para o governador Carlos Moisés. Mas o documento não cria uma obrigação
para o governador, que pode escolher livremente se atende ou não ao pedido dos
parlamentares.
Internamente, o requerimento é visto como um instrumento de pressão, que
pode forçar o governador a justificar a continuidade do secretário no cargo, ou
então tomar alguma medida que atenda ao requerimento.
Na coletiva desta quarta-feira (29), o governador Carlos Moisés comentou o
pedido da Alesc sobre o afastamento de Helton Zeferino. Para ele, o
requerimento é feito com a legitimidade que Assembleia Legislativa tem, mas não
há um poder cogente de o governo ter que acatar. Em termos de relacionamento
com a Alesc, temos primado para tentar ofertar aos deputados informações.
Já no caso da CPI, a aprovação do pedido feita pelos deputados já permite
a instauração da comissão para que os deputados investiguem a compra dos
respiradores. O pedido partiu do deputado Ivan Naatz (PL) e teve assinatura de
37 dos 40 deputados, muitos até mesmo que costumam votar ao lado do governo do
Estado.
A CPI será formada por dois deputados do MDB, dois do bloco PL/PSL, um do
PT, dois do bloco PP, PSD, PRB e PV, e dois dos grupo formado por PSD, PDT,
PSDB e PSC.
Esta será a segunda CPI da atual legislatura da Alesc. No ano passado, um
grupo de deputados integrou a CPI da Ponte Hercílio Luz, que apurou os gastos
do Estado para a reforma do principal cartão-postal do Estado.
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