Derrota na CPI dos Respiradores traz lições para Moisés escapar do impeachment

RElatório da CPI dos Respiradores foi aprovada por unanimidade

RElatório da CPI dos Respiradores foi aprovada por unanimidade

23/08/2020 - 07h45

A derrota do governo Carlos Moisés (PSL) na aprovação unânime do relatório da CPI dos Respiradores que sugere a abertura de mais um processo de impeachment é daquelas cujo tamanho só conseguiremos medir com o desencadear de seus efeitos. Pode ser lido como um indicativo do destino - fatal - de um governo que não sabe fazer política ou como um gigantesco sinal de alerta. Depende do otimismo dos envolvidos.

Na CPI dos Respiradores, o governo conseguiu errar do primeiro ao último dia. Não é modo de falar, é literal. A comissão foi aberta sem um integrante sequer que pudesse ser chamado de governista, constituindo desde a gênese um verdadeiro pelotão de fuzilamento. Na época, Paulinha (PDT) era líder de governo, mas ainda não havia sido tomado real conta da função. Por isso, não se obrigou e nem foi instada a tentar a presença na CPI - como agora lutou para estar na comissão do impeachment, mesmo sem sucesso.

Mesmo assim, o governo tinha com quem conversar na comissão. Alguns deles assistiram - meio atônitos, meio surpresos - a articulação palaciana pela apresentação de um parecer divergente ao do relator Ivan Naatz (PL) surgir exatamente na terça-feira, dia em que seria votado o relatório final.

Era tarde demais, inclusive por mérito de Naatz. O relator passou as duas semanas anteriores à votação articulando a aprovação unânime, aceitando apontamentos dos colegas de CPI - que até amenizaram o relatório, mas não tiraram dele a essência oposicionista. Quando o governo chegou, horas antes do início da reunião da CPI, não havia margem para piruetas. É preciso talento, experiência e muita capacidade de pressão para se fazer pirueta em política - três coisas que o governo Moisés não tem.

A aprovação unânime do relatório final da CPI dos Respiradores traz de volta o caso que é o emblema da crise política vivida pelo governo. São os R$ 33 milhões pagos pelos equipamentos nunca entregues que fragilizaram de vez Moisés junto à opinião pública e deram fôlego aos que sempre quiserem derrubá-lo. O jogo, no entanto, ainda está em andamento. Para sobreviver, o governo precisa tirar lições do episódio desta semana.

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  • por
  • Jornal Regional
  • FONTE
  • Por Upiara Boschi/DC



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