Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O desemprego no
Brasil alcança atualmente níveis mais baixos do que aqueles registrados no
período pré-pandemia. É isso que mostram dados de diferentes pesquisas sobre ocupação e desocupação da população. Segundo o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por exemplo, a taxa de
desemprego mensal em abril deste ano chegou ao menor patamar desde outubro de
2015, alcançando 9,4%, sem o ajuste sazonal. Outro estudo recente, do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma taxa de desocupação de
9,8% no trimestre encerrado em maio, a menor para esses três meses também nos
últimos oito anos.
O IBGE calcula hoje 97,5 milhões de pessoas empregadas no Brasil. O número é o maior da série histórica do instituto, iniciada em 2012, e representa alta de 2,4% na comparação com o trimestre anterior e de 10,6% na comparação anual. Os desempregados somam 10,6 milhões de pessoas, dado que caiu 11,5% em relação ao trimestre anterior e 30,2% no último ano. No mesmo trimestre de 2021, relativo aos meses de março, abril e maio, eram 15,2 milhões de pessoas acima de 14 anos sem emprego.
Formais e informais
O recorte que
mostra os empregados com carteira de trabalho assinada também mostra números
positivos. No setor privado, houve um crescimento de 3,8 milhões desses
ocupados em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 35,6 milhões de
pessoas com carteira assinada. Já em relação aos trabalhadores sem carteira
assinada, o IBGE registrou 39,1 milhões de brasileiros, o que representa uma
taxa de informalidade de 40,1% da população ocupada, o que cresceu em relação
aos 39,5% no mesmo trimestre de 2021.
Para Adriana
Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do instituto,
houve um “crescimento expressivo e não isolado da população ocupada”, o que
representa um processo de recuperação das perdas que ocorreram em 2020, na
pandemia.
“O contingente de
trabalhadores com carteira vêm apresentando uma recuperação bem interessante,
já recompondo o nível pré-pandemia. Principalmente no final de 2020 e primeiro
semestre de 2021, a recuperação da ocupação estava majoritariamente no trabalho
informal. A partir do segundo semestre de 2021, além da informalidade, passou a
ocorrer também uma contribuição mais efetiva do emprego com carteira no
processo de recuperação da ocupação”, ressalta.
Setores
Um dos setores que
vem se destacando e puxando a retomada é o de serviços. O levantamento do Ipea
no recorte da população ocupada por setores mostra que as áreas de alojamento e
alimentação, serviços pessoais e serviços domésticos foram as que registraram maiores
crescimentos da ocupação.
Para Otto Nogami,
professor de Economia do Insper, a diminuição no número de desocupados se deve
fundamentalmente à volta da normalidade do setor de serviços. “Esse é o
primeiro a entrar em crise e o último a sair dela. À medida em que as pessoas
voltam a circular pela cidade, indo às lojas, lanchonetes, bares de
restaurantes, ou mesmo viajando a lazer, se impulsiona o setor de serviços, que
começa a demandar mais mão de obra”, explica.
O economista
ressalta, no entanto, que os salários desses empregos ainda não acompanham a
melhoria do nível de empregabilidade. Outros dados, como os números da
inflação, devem ser analisados em conjunto para uma visão ampla do cenário
atual. “A inflação afeta as condições de produção da economia como um todo. Os
dados positivos mostram que estamos voltando à normalidade, mas ainda distantes
de um processo de crescimento sustentável”, opina.
Veja a tabela com a variação da população ocupada por setores:
Regiões
Quando comparadas as regiões, observa-se que a taxa de desemprego teve maior queda no Centro-Oeste e Sudeste, com redução de 4,3 pontos percentuais e 4,2 pontos percentuais, respectivamente, entre os primeiros trimestres de 2021 e 2022. Porém, todas as regiões aparecem hoje com índices de desocupação menores do que em relação ao primeiro trimestre de 2019.
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Veja abaixo o mapa de taxas de desocupação nas regiões:
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