Diretor explica sucesso financeiro do Grêmio e cita importância das categorias de base

07/05/2020 - 21h45

A direção gremista é uma das poucas que pode comemorar no final do ano ao olhar para as suas receitas. O Grêmio é um dos únicos times que conseguiram fechar o ano de 2019 com um superávit. Segundo dados divulgados pela Sport Value, o clube gaúcho fechou o último ano com receitas 4% maiores do que em 2018, superávits de R$ 22,2 milhões e lucros acumulados de R$ 85 milhões em 5 anos.

Para o CEO do Grêmio, Carlos Amoedo, esse resultado é fruto de um trabalho que teve início em 2015, quando o presidente Romildo Bolzan assumiu o cargo e, junto com a sua comissão, passou a deixar de pensar apenas no campo e começou a olhar também para as questões financeiras.

“Os resultados são frutos de um modelo que o Grêmio passou a implementar a partir de 2015. Naquele momento, Romildo havia acabado de assumir e o time estava numa situação muito debilitada, no ponto de vista econômico e financeiro. Então, tomou-se uma decisão estratégica muito importante, que era iniciar um processo de reestruturação administrativa, financeira e de modelo de gestão. Com isso, o clube passou a adequar todas as suas receitas, a tratar um conceito orçamentário com muita seriedade, organizou os processos internos, sedimentou os fluxos e, com base nisso, passou a investir muito forte nas categorias de base, uma vez que nós não teríamos condições de investir em grandes atletas, com salários muito altos”, explicou em entrevista a Sports Value.

Para o diretor, o time de juniores vem sendo uma peça fundamental para o sucesso do Tricolor Gaúcho nos últimos anos. Deste 2015, atletas como Everton, Luan e Arthur, que, segundo ele, o time não teria condições de comprar, foram revelados e ajudaram a equipe a levantar importante troféus.

“Passamos olhar para as categorias de base com um grau de atenção e de investimento muito maior, e também reestruturamos todos as questão internas. A partir disso, em 2016, passamos a colher resultados também esportivos. Para quem atua fora do eixo Rio-São Paulo, tem cotas de televisão menores e, por exemplo, zero de receita de bilheteria, que é o que nós temos, contra R$ 110 milhões que o Flamengo tem para 2020, que é uma diferença astronômica, nós temos que fazer um trabalho muito sério nas categorias de base. Com as receitas que nós temos, não teríamos condições de contratar um Arthur, Everton, Luan… que são atletas oriundos desse modelo de categorias de base implementado a partir de 2015”, finalizou.

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