Especialistas da missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregados de investigar as origens do novo coronavírus começaram hoje (10) a deixar a China, país que consideram o “início do caminho” para desvendar a origem da covid-19.
“A equipe está trabalhando até sair [da China]. Esse é apenas o início do caminho, com muito trabalho a ser feito, seguindo as pistas dos nossos colegas chineses”, afirmou o britânico Peter Daszak, membro da missão, na rede social Twitter. “Muito orgulhoso de nossas conquistas e realista sobre o percurso que nos espera”, acrescentou.
Também Marion
Koopmans, virologista holandesa, declarou-se “exausta”, mas comemorou a missão
de 27 dias a Wuhan, a cidade chinesa onde foram diagnosticados os primeiros casos de
covid-19.
“Estou realmente ansiosa
para dar os próximos passos”, escreveu também no Twitter.
A epidemiologista
dinamarquesa Thea K. Fischer, que considerou na mesma rede social que a missão
foi uma “experiência única”, apontou duas teorias preliminares sobre as origens
do vírus: por meio de um animal que serviu de hospedeiro intermediário para
humanos ou de algum alimento congelado.
Essa segunda teoria
tem sido defendida pela China repetidamente, nos últimos meses, após a detecção
de vestígios do vírus em alguns produtos congelados importados pelo país asiático.
A investigação é
extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm
promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países. O governo do ex-presidente dos Estados
Unidos Donald
Trump acusou o Instituto de
Virologia de Wuhan de
ter deixado o vírus escapar, voluntariamente ou não.
Peter Daszak
admitiu que a equipe teve de fazer suas investigações num ambiente de pressão
política.
O chefe da missão,
o especialista em zoonose dinamarquês Peter Ben Embarek, descartou que o vírus tenha tido
origem em um laboratório, e
considerou a possibilidade de que tenha chegado à China por meio de produtos
congelados.
“Tudo continua a apontar
para um reservatório desse vírus, ou um vírus semelhante, nas populações de
morcegos”, seja na China, em outros países asiáticos ou mesmo em outros
lugares, defendeu. Acrescentou que rastrear o percurso do vírus ainda é um
“trabalho em andamento”.
A pandemia de
covid-19 provocou,
pelo menos, 2,32 milhões de mortes no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de
casos de infeção, segundo
balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é
transmitida por um novo coronavírus, detectado no final de dezembro de 2019 em Wuhan, cidade do centro da
China.
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