Estados Unidos,
Brasil e outros 14 países lançaram uma série de críticas à União Europeia (UE),
afirmando que sua abordagem "baseada em riscos" à regulação de
pesticidas e outras "ferramentas críticas" utilizadas por
agricultores está prejudicando meios de subsistência em todo o mundo.
O comunicado, enviado na quinta-feira (4) à Organização Mundial do
Comércio (OMC), afirma que a abordagem da UE gerou grande incerteza e diverge
de avaliações de risco científicas, criando rupturas que ameaçam crescer
significativamente nos próximos anos.
Os países pediram que a
UE reavalie sua abordagem às aprovações de produtos, utilize métodos aceitos
internacionalmente para o estabelecimento de níveis de tolerância a
ingredientes potencialmente danosos e pare de restringir o comércio
"desnecessária e inadequadamente".
A declaração foi apoiada por Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa
Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Malásia, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
'Ferramentas e tecnologias seguras'
Eles dizem que os agricultores precisam ter acesso à "gama total de
ferramentas e tecnologias seguras" para que atendam ao desafio de produzir
mais alimentos.
"No entanto, a escolha de ferramentas seguras por nossos
agricultores é amplamente minada por barreiras regulatórias que não são
baseadas em princípios de análise de risco concordados internacionalmente e não
levam em conta abordagens alternativas para que os objetivos regulatórios sejam
atendidos."
O comunicado, enviado para que seja debatido no final deste mês no
Conselho para o Comércio de Bens da OMC, disse que a UE efetivamente proibiu
algumas substâncias que outros membros da OMC consideram seguras.
"Ao implementar
essas medidas, parece que a UE está tentando unilateralmente impor sua própria
abordagem regulatória doméstica para seus parceiros comerciais", disseram
os países.
Eles acrescentaram que, apesar dos diversos pedidos na OMC nos últimos
quatro anos, a UE não explicou qual nível de segurança busca ou quais os riscos
que tenta mitigar, além de ter ignorado comentários em projetos de
regulamentação.
A UE já sugeriu que os agricultores podem encontrar
"alternativas" para atender às regras do bloco, mas tais demandas
soam vazias.
Muitos produtores não possuem opções economicamente viáveis, havendo um
efeito desproporcional sobre milhões de famílias que dependem da agricultura em
economias em desenvolvimento e subdesenvolvidas, concluiu a declaração.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook