Fim do inverno e primavera prometem ser de extremos e com chance de estiagem em SC
Passagens de massa de ar frio provocam mudanças ao longo das semanas; La Niña traz chance de estiagem para o Oeste catarinense.

Foto: Imagens Mycchel Legnaghi/São Joaquim Online/Reprodução

Foto: Imagens Mycchel Legnaghi/São Joaquim Online/Reprodução

27/08/2022 - 09h20

Santa Catarina passou por dias de calor e presença do sol desde a última quinta-feira (25), mas o cenário pode contará reviravoltas até o fim do inverno por conta da chance de temperaturas negativas com geada e, em seguida, temperaturas acima de 30°C. Além disso, a primavera também pode contar com episódios de ressaca no mar e estiagem no Oeste.

Inicialmente, o sábado fica marcado pelo tempo estável, com predomínio de sol e poucas nuvens. Segundo a Defesa Civil estadual, a condição que antecede a chegada de uma passagem de frente fria resulta em máximas que podem passar dos 30°C no litoral Sul e Extremo-Oeste.

Inicialmente, o predomínio do sol dará lugar para uma nova frente fria que traz chuvas e até temporais. Além disso, uma intensa massa de ar frio de origem polar também chega a partir do domingo (28) e despenca as temperaturas podendo marcar 0°C na Serra catarinense.

O meteorologista Piter Scheuer afirma que a segunda-feira (29) e terça (30) seguirá com abertura do sol, mas com temperaturas mínimas que podem variar entre 3°C e 5°C e até negativas nas regiões da Serra.

“O calorzão fica até este sábado. O domingo contará com uma frente fria que deve resultar em trovoadas e queda nas temperaturas. A próxima semana será de frio com geada e depois volta a esquentar novamente”, explica o meteorologista.

Chance de estiagem

Ainda de acordo com o meteorologista Piter Scheuer, as condições de extremos deverão se manter ao longo de setembro. “Será uma troca de frio tardio e de calor. Assim como chuvas irregulares e tempestades típicas de primavera. No entanto, não está descartada a chance de estiagem”, complementa.

O Epagri/Ciram aponta que a previsão para os meses de outubro e novembro é de chuvas próximas ou até mesmo abaixo da média climatológica e mal distribuída nas regiões do Extremo-Oeste ao Planalto.

Por outro lado, a região do litoral contará com chuva que podem ficar acima da média deste período. Segundo a estimativa do Epagri/Ciram, em setembro os totais de chuva variam de 150 a 210 mm no Oeste e Meio Oeste e de 110 a 170 mm nas demais regiões.

Em outubro os volumes de chuva são os mais elevados dos próximos três meses e variam de 210 a 280 mm no Oeste e Meio-Oeste e de 140 a 180 mm nas demais regiões. Em novembro a chuva ocorre em SC com totais de 130 a 180 mm em média.

O cenário segue associado à passagem de frentes frias, sistemas de baixa pressão e a SCM (Sistemas Convectivos de Mesoescala) -aglomerado de nuvens que podem trazer chuva, mais comuns a partir de setembro e com mais influência no Oeste e Meio-Oeste de Santa Catarina.

No leste do estado, a circulação marítima tem maior influência na chuva em meses de primavera, especialmente em anos de La Niña, como registrado no fim do inverno e primavera em Santa Catarina.

Além disso, ciclones extratropicais, que atuam no litoral da Argentina, Uruguai e Sul do Brasil, especialmente em setembro e primeira quinzena de outubro, trazem perigo às embarcações, com ventos fortes e mar agitado, que muitas vezes resultam em ressaca.

Na segunda quinzena de novembro as pancadas de chuva de verão, associadas à convecção da tarde, passam a ocorrer com mais frequência em todo o Estado.

Mudanças extremas têm ligação com aquecimento global?

Os eventos de temperaturas e ocorrências extremas como, por exemplo, estiagens e neve chamam atenção por conta da luta contra o aquecimento lobal. A meteorologista do Epagri/Ciram, Marilene de Lima, explica que o aquecimento global afeta na intensidade dos fenômenos e não na frequência.

“Não existe um padrão estabelecido. No mês de julho não tivemos eventos extremos, mas apenas uma passagem de frente fria e episódios de ventos mais fortes”, explica.

O ano de 2022 também foi marcado por dias quentes e também eventos climáticos em decorrência do frio, como queda de neve, geada e chuva de gelo.

Já o professor de geoestatística da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Alberto Elvino Franke, aponta que não é possível afirmas que os ocorridos têm relação com o aumento da temperatura média do planeta.

“Percebemos que já aconteceram eventos mais extremos em outros momentos, mesmo que com baixa frequência. Então, não posso afirmar em dados que esse foi um mês de julho atípico”, finaliza.

>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP. 


  • por
  • Jornal Regional



DEIXE UM COMENTÁRIO

Facebook