A Fiocruz (Fundação
Oswaldo Cruz) afirmou, neste domingo (21), que deve ser assinado até março o
contrato com a farmacêutica AstraZeneca que detalha a transferência de
tecnologia para a produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina Oxford
no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).
A empresa anglo-sueca é desenvolvedora da vacina em parceria com a universidade britânica.
A Fiocruz informou que, inicialmente, havia a previsão de que o contrato fosse assinado ainda em 2020. “No entanto, o grau de detalhamento necessário para esse tipo de documentação exigiu um tempo maior de preparação”, diz a fundação.
A não assinatura do contrato de detalhamento, segundo a Fiocruz, não impactou o cronograma atual de entrega das vacinas, já que, neste momento, as vacinas são produzidas a partir de IFA importado do laboratório WuXi Biologics, na China.
O acordo de
encomenda tecnológica entre a Fiocruz e a farmacêutica AstraZeneca prevê que,
até julho, 100,4 milhões de doses sejam produzidas a partir de IFA importado. A
partir desse acordo, a Fiocruz já incorporou a tecnologia necessária para
formular a vacina utilizando IFA importado e iniciou a produção das doses.
Esse acordo também
prevê parâmetros gerais para a transferência de tecnologia, que precisam ser
detalhados no contrato específico que ainda não foi assinado. Apesar disso, a
fundação já trabalha na preparação da estrutura necessária para iniciar a
produção do IFA nacional, que permitirá a produção de mais 110 milhões de doses
no segundo semestre.
“A planta
industrial de Bio-Manguinhos/Fiocruz já está sendo adaptada para essa produção
e a previsão é de que esteja pronta em abril para a produção nacional do IFA. O
início e a conclusão desse processo de transferência para a produção nacional
do IFA, bem como as entregas de vacinas integralmente produzidas por
Bio-Manguinhos/Fiocruz, previstas para o segundo semestre, estarão detalhadas
em cronograma a ser pactuado no contrato de transferência”.
Procurada pela
Agência Brasil, a AstraZeneca também informou que o acordo de transferência de
tecnologia para a produção do IFA no Brasil está em negociação, que deve ser
concluída em breve. “A AstraZeneca está trabalhando diariamente para viabilizar
a transferência de tecnologia para produção do IFA o mais rápido possível”,
afirma a nota.
Novos lotes
Fiocruz e
AstraZeneca lembram ainda que mais dois lotes de IFA importado chegarão ao
Brasil nesta semana, para a produção de mais 12 milhões de doses da vacina
contra Covid-19. A Fiocruz prevê entregar ao Programa Nacional de Imunizações
15 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca até o fim de março, e aumentar
o ritmo de produção a partir de abril.
Além disso,
Fiocruz, AstraZeneca e Instituto Serum, da Índia, acertaram a importação de
mais uma remessa com 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford produzidas
pelo laboratório indiano.
Os imunizantes
iniciarão a viagem em direção ao Brasil nesta segunda (22), em um voo que vai
decolar de Mumbai, e devem chegar a São Paulo na manhã de terça (23). Assim que
desembarcarem no Brasil, as doses serão encaminhadas a Bio-Manguinhos, no Rio
de Janeiro, onde serão rotuladas antes de serem entregues ao Ministério da
Saúde.
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