
Aprovada em
setembro na Câmara dos Deputados, a nova lei do gás aguarda a discussão e
votação no Senado. O projeto, que segue agora como PL 4476/2020, vem com
muitas promessas – uma delas é alavancar investimentos na agropecuária, mais
precisamente na produção de fertilizantes. Hoje, segundo dados da Petrobras, o
Brasil importa cerca de 80% da substância. Com a lei do gás, a proposta é mudar
esse cenário.
“A lei é muito
importante para o gás de cozinha, para o gás veicular, para o gás das indústrias.
Para o setor de fertilizantes é mais importante ainda. O Brasil é um grande
importador de fertilizantes. Hoje, podemos ampliar os fosfatados, os
nitrogenados e especialmente os fertilizantes de potássio, em que o País ainda
é muito deficitário”, avalia Luis Carlos Heinze, senador pelo Partido
Progressista do Rio Grande do Sul (PP-RS).
Ele adianta que há
um movimento para que o projeto seja votado o quanto antes, já que, na opinião
dele, é de extrema importância para diversos setores da sociedade – incluindo o
de fertilizantes. “Para a indústria em geral, para a agricultura, para a
população, vai baixar bastante o custo. Por isso, temos todo o interesse em
aprová-lo no Senado”, garante.
Entre 2003 e 2012,
ainda segundo a Petrobras, o consumo de fertilizantes passou de 22,8 milhões de
toneladas para quase 30 milhões, configurando crescimento de 30% no período. Um
dos motivos para a importação maciça de fertilizantes é o alto custo da
produção, já que o gás natural, um dos componentes do insumo, representa cerca
de 80% do custo do produto, dependendo da planta.
Na opinião do
diretor de eletricidade e gás da Associação Brasileira dos Comercializadores de
Energia (Abraceel) e coordenador-adjunto do Fórum do Gás, Bernardo Sicsú, com a
aprovação do PL, vem a abertura de mercado, o que pode ampliar a concorrência e
baixar os preços.
“Sem dúvida
nenhuma, a abertura para novos concorrentes é o que vai melhorar o preço para o
consumidor final de gás natural. É apenas com maior número de ofertantes e o
aumento dessa oferta que o consumidor encontrará melhores condições.”
Para ele, o gás natural é fundamental para a economia do país, visto o efeito multiplicador que ele tem. “O gás é consumido nas indústrias de base e vai se alastrando, se perpetuando por toda a cadeia de valor da nossa economia. E um insumo muito caro na base vai prejudicar todos os elos, chegando até o consumidor com preços caros e, possivelmente, de qualidade inferior”, pontua Sicsú.
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