O ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes mandou soltar dois empresários presos
na Operação SOS, que apura desvios de R$ 52 milhões na área
de Saúde do Rio.
Gustavo Estellita e Miguel Iskin estavam presos desde agosto de 2018 em
prisão preventiva na ação que apura fraude em licitação e formação de cartel no
fornecimento de material hospitalar.
A decisão do STF é da última quarta-feira (11). Eles não poderão manter
contato com outros denunciados e terão que comparecer periodicamente em juízo.
O magistrado do Supremo opina que a decisão do juiz de primeira
instância, Marcelo Bretas, usou fatos antigos como se fossem novos. Como os
fatos não são atuais, segundo Gilmar Mendes, não há necessidade de mantê-los
presos.
"A partir de
argumentação seletiva, com objetivo de lhe dar vestes de inovação, quando, na
essência, as informações já eram antigas e de conhecimento do juízo há
muito", escreveu Gilmar Mendes.
Iskin era sócio da empresa Oscar Iskin & Cia LTDA e Sheriff Serviços
e Participações. Estellita seria seu operador financeiro.
Os investigadores dizem que Iskin tinha influência no orçamento e na
liberação de recursos da Secretaria de Saúde, indicando as empresas
contratadas. Ele cobrava devolução de 10% do valor sobre os contratos firmados,
segundo a investigação. A dupla nega.
Primeira prisão em 2017
Iskin e Estellita foram presos pela primeira vez em 2017 na Operação Fatura Exposta. Ainda naquele ano,
foram soltos por Gilmar Mendes. No desdobramento da ação, a SOS,
os dois foram presos novamente. Em março, o ministro do STF havia negado um
pedido de soltura aos dois.
Em outubro, os empresários, o ex-secretário da pasta, Sérgio Côrtes, e
mais 27 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público Federal por desvios
de R$ 52 milhões.
De acordo com a investigação, o esquema foi montado a partir de
contratos com a organização social (OSs) Pró-Saúde.
A Pró-Saúde foi responsável gestão de hospitais públicos estaduais como,
por exemplo, o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte da cidade. O
esquema funcionou entre 2013 e 2016, segundo os procuradores do MPF do Rio.
Em nota, a defesa da Pró-Saúde disse que "tem colaborado com as
investigações e, em virtude do sigilo do processo, não se manifestará sobre os
fatos. A entidade filantrópica reafirma neste momento o seu compromisso com
ações de fortalecimento de sua integridade institucional."
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