O governo federal deverá anunciar nesta sexta-feira (20) o
desbloqueio de R$ 12,4 bilhões de verbas do Orçamento. O valor foi definido por
conta da receita de impostos e dividendos acima das expectativas,
que será divulgada nova edição do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.
Publicado a cada dois meses, o
relatório traz as atualizações das estimativas oficiais para a economia
brasileira e o impacto dela nas previsões de receitas e despesas.
O presidente Jair Bolsonaro
havia falado nesta quinta-feira (19) pelo Twitter que seriam descontingenciados R$ 8,3 bilhões.
"Desde o início, nosso governo preza pela responsabilidade com as contas
públicas. Com muito sacrifício, estamos criando condições para manter os
investimentos", disse o presidente.
Mas, com os últimos sinais positivos da economia, o desbloquei pôde chegar a
uma valor maior. O governo aumentará em R$ 6,459 bilhões as receitas líquidas
calculadas para 2019. Para a Receita Federal, a estimativa será de uma
arrecadação mais alta em R$ 8,3 bilhões no ano. A perspectiva para recebimento
de dividendos de empresas públicas subirá R$ 7,6 bilhões.
Esses movimentos mais do que
compensarão os reveses previstos, por exemplo, com receita mais modesta com
concessões (R$ 8,4 bilhões) e com exploração de recursos naturais (R$ 1,1
bilhão).
O relatório não irá considerar
o ingresso de recursos com o megaleilão dos excedentes do pré-sal da cessão
onerosa. O governo já definiu um bônus de outorga de R$ 106,6 bilhões para o
certame, previsto para novembro, mas sua efetiva realização depende ainda de
etapas que não foram concluídas, como a chancela do Tribunal de Contas da União
(TCU).
Despesas
Numa forte contribuição para o
descontingenciamento, a equipe econômica também diminuirá em 6 bilhões de reais
a conta para despesas totais de 2019. Nesse caso, a principal ajuda virá dos
gastos projetados com pessoal e encargos sociais, com um recuo de R$ 5,8
bilhões.
Do total desbloqueado, R$ 1,9
bilhão deverá ficar para a educação, havia informado o ministro da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, na quarta-feira (18), em entrevista no Senado. "Não havia
cortes, particularmente na Educação. Sempre dissemos que contingenciamento é
uma poupança", declarou. "O Orçamento é uma viagem ao longo de todo o
ano, então nós vamos neste final de mês descontingenciar este valor."
Atualmente, R$ 34 bilhões do
Orçamento deste ano estão contingenciados. Pela lei, somente despesas
discricionárias (não obrigatórias) podem ser contingenciadas. O volume de
contingenciamento, no entanto, pode ser parcialmente reduzido se a equipe
econômica reestimar reduções de gastos obrigatórios, geralmente reservas para
cumprimento de decisões judiciais ou de gastos com o funcionalismo.
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