O ministro da
Fazenda, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo vai
liberar para bancos privados mais de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios.
O objetivo, de acordo com ele, é permitir que as instituições financeiras
ampliem o crédito para pessoas e empresas.
O compulsório é formado por uma parte do dinheiro depositado nos bancos
pelos correntistas. Esses recursos são mantidos no Banco Central, ou seja, os
bancos não podem utilizá-los para fazer empréstimos, por exemplo. Esse mecanismo
visa a estabilidade financeira e ajuda no combate à inflação.
"Ontem já houve uma liberação de R$ 20 bilhões de recolhimento
compulsório para ampliar o crédito privado e vem aí mais de R$ 100 bilhões de
liberação de compulsório ali na frente. Estamos encolhendo o crédito público e
expandindo o privado", disse Guedes a jornalistas, após se reunir com o
presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em Brasília.
Na quarta-feira (26), o Banco Central anunciou a redução da alíquota
do compulsório sobre recursos a prazo, de 33% para 31%. A
nova alíquota começa a vigorar em 1º de julho, e os efeitos financeiros,
segundo o BC, devem começar a partir de 15 de julho.
Segundo o BC, a mudança de alíquota vai liberar R$ 16,1 bilhões no
sistema financeiro.
Em nota divulgada nesta quinta, após a fala de Guedes, o Banco Central
informou que "a redução estrutural dos compulsórios é uma das ações da Agenda
BC#, parte do pilar de eficiência de mercado."
Ainda de acordo com a nota, "o aprimoramento dos atuais
instrumentos de assistência financeira de liquidez, também previsto na Agenda
BC#, nos permitirão trabalhar com um nível de compulsórios mais baixo no
futuro."
"A ação ainda está em curso, sem definições de prazos ou montantes.
O BC não antecipa decisões ou regulações", completou a nota.
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