Imagens de satélite mostram que maior raio do mundo começou em SC, diz pesquisadora

30/06/2020 - 13h17

Imagens de satélite mostram que o início das ramificações do maior raio do mundo em extensão, com 709 quilômetros em linha horizontal, ocorreu em Campos Novos, no Oeste catarinense, segundo a pesquisadora e meteorologista Rachel Albrecht, do Departamento de Ciências Atmosféricas, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), que participou do comitê de especialistas que certificou o recorde pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Nesta segunda-feira (29) foi divulgado um vídeo com o mapeamento do "megaflash" de 11.360 segundos, que ocorreu no dia 31 de outubro de 2018. O material foi elaborado pelo pesquisador Michael Peterson, do Los Alamos National Laboratory, EUA, que submeteu o caso para a avaliação do OMM. O recorde oficial foi anunciado no dia 26 de junho deste ano.

De acordo com a pesquisadora, os instrumentos utilizados nessa pesquisa possuem a capacidade de medir tanto a extensão, quanto a duração dos raios de forma concomitantes, com a utilização de um sensor que detecta fontes de descargas elétricas a cada 2 milissegundos.

"As imagens foram agrupadas para mapear o fenômeno. Assim, nós conseguimos reconstruir todo o caminho percorrido pelo raio, demora vários segundos e viaja centenas de quilômetros", disse.

Início do 'megaflash'

A descarga elétrica que levou título de maior raio da história surgiu inicialmente em Campos Novos e se ramificou para dois lados distintos, atingindo dezenas de cidades nas regiões da Serra, Oeste e Sul catarinense. Além disso, atingiu também a divisa do estado com o Norte do Rio Grande do Sul, a fronteira com a Argentina e adentrou no Oceano Atlântico.

"Uma ramificação seguiu para a cidade vizinha de Zortéa e então para o Oeste e Noroeste ao longo das cidades da fronteira do Rio Grande do Sul, até atingir a Argentina. Ao mesmo tempo, outra ramificação seguiu para a cidade de Campos Novos e então para o Sul, passando pelo Rio Grande do Sul até chegar no oceano, onde retornou para a Litoral Sul de Santa Catarina, terminando nos arredores de Armazém e Braço do Norte", explica Rachel.

Segundo a pesquisadora, o fato de essas regiões serem propensas à formação de tempestades severas com enorme extensão horizontal contribuiu para que esse recorde de distância fosse registrado.

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