Imagens de satélite mostram que o início das ramificações do maior raio do mundo em extensão, com 709
quilômetros em linha horizontal, ocorreu em Campos Novos, no Oeste catarinense, segundo a pesquisadora
e meteorologista Rachel Albrecht, do Departamento de Ciências Atmosféricas, do
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da
Universidade de São Paulo (USP), que participou do comitê de especialistas que
certificou o recorde pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Nesta segunda-feira (29) foi divulgado um vídeo com o
mapeamento do "megaflash" de 11.360 segundos, que ocorreu no dia 31
de outubro de 2018. O material foi elaborado pelo pesquisador Michael Peterson,
do Los Alamos National Laboratory, EUA, que submeteu o caso para a avaliação do
OMM. O recorde oficial foi anunciado no dia 26 de junho deste ano.
De acordo com a pesquisadora, os instrumentos
utilizados nessa pesquisa possuem a capacidade de medir tanto a extensão,
quanto a duração dos raios de forma concomitantes, com a utilização de um
sensor que detecta fontes de descargas elétricas a cada 2 milissegundos.
"As imagens foram agrupadas para mapear o fenômeno. Assim, nós conseguimos reconstruir todo o caminho percorrido pelo raio, demora vários segundos e viaja centenas de quilômetros", disse.
Início do 'megaflash'
A descarga elétrica que levou título de maior raio da
história surgiu inicialmente em Campos Novos e se ramificou para dois lados
distintos, atingindo dezenas de cidades nas regiões da Serra, Oeste e Sul
catarinense. Além disso, atingiu também a divisa do estado com o Norte do Rio
Grande do Sul, a fronteira com a Argentina e adentrou no Oceano Atlântico.
"Uma ramificação seguiu para a cidade vizinha de Zortéa e
então para o Oeste e Noroeste ao longo das cidades da fronteira do Rio Grande
do Sul, até atingir a Argentina. Ao mesmo tempo, outra ramificação seguiu para
a cidade de Campos Novos e então para o Sul, passando pelo Rio Grande do Sul
até chegar no oceano, onde retornou para a Litoral Sul de Santa Catarina,
terminando nos arredores de Armazém e Braço
do Norte", explica Rachel.
Segundo a pesquisadora, o fato de essas regiões serem
propensas à formação de tempestades severas com enorme extensão horizontal
contribuiu para que esse recorde de distância fosse registrado.
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