PRA COMEÇO DE CONVERSA
Em outubro de 2000, depois de ter exercido várias funções em meios de comunicação, como aos 17 anos ser promovido a locutor da Top 104 FM, até hoje o único de São Miguel, aos 23 anos começar a exercer a profissão de repórter jornalístico na RBS TV Chapecó e Florianópolis, além de também passar pelo SBT Chapecó, só para citar alguns exemplos, comecei minha vida de colunista no Jornal Regional.
Em novembro do ano passado, depois de 22 anos, resolvi parar. Perdia horas fazendo uma coluna que, desde 2009, passou de uma para duas páginas, para uma dúzia de leitores, sendo que metade, seja por falta de estudo ou sei lá o que, não entendia. Era como escrever para mim mesmo.
No começo desde ano decidi que até voltaria a escrever mas desde que fosse num meio de comunicação totalmente digital, com ótima estrutura e que proporcionasse maior visibilidade, além dos proprietários serem idôneos e exímios profissionais. O resultado foi retornar de onde nunca deveria ter saído.
Além da coluna no site do JRTV, também vou apresentar um programa de entrevistas. Esta é a primeira coluna, que será exclusiva sobre a eleição, e, a exemplo das que serão postadas posteriormente, atualizadas diariamente.
Serei um colaborador, exercendo minha profissão principal no cargo de assessor de imprensa da Cooperoeste, maior cooperativa da região e uma das que mais gera impostos ao governo em Santa Catarina.
A MAIOR SURPRESA DA ELEIÇÃO CATARINENSE I
Quando começaram a surgir os possíveis nomes para concorrer a governador do Estado, o de Carlos Moisés, dos Republicanos, se destacou. E isso se confirmou nas primeiras pesquisas. Para muitos, sua reeleição era tida como certa e até com tranquilidade.
O tempo passou e, como dizem popularmente, Jorginho Melo (PL), “comia pelas beiradas” e começou a despontar. O certo então cedeu lugar ao duvidoso. Mesmo assim, nos bastidores da política, a previsão era que a presença de Moisés no segundo turno estava assegurada.
A MAIOR SURPRESA DA ELEIÇÃO CATARINSENSE II
Desde o início da campanha ninguém cogitava que Moisés ficaria de fora do segundo turno. O nome do ex-governador Esperidião Amim (PP) até que era lembrado, mas longe das proporções de Moisés e Jorginho. Enquanto isso, apenas os petistas citavam Décio Lima.
Dias antes das eleições era voz corrente que o segundo turno seria disputado entre Jorginho e Moisés que, para muitos, levaria a melhor já que teria assegurado os votos dos filiados e simpatizantes do MDB.
A MAIOR SURPRESA DA ELEIÇÃO CATARINSENSE III
A eleição chegou e Jorginho Mello assegurou vaga no segundo turno com 38,82. Votação expressiva se comparada com o percentual de 17,45 que não foram obtidos por Moisés, mas, sim, por Décio Lima.
GOVERNO REPROVADO
O atual governador obteve 16,99 dos votos. Ficou em terceiro lugar e, consequentemente, fora do segundo turno. Uma situação constrangedora para quem era certo que seria reeleito.
Já Amim provou, como acontece com todos os veteranos, que já deu o que tinha para dar. Somou apenas 9,75, amargando a quinta colocação, ficando atrás do modesto Gean Loureiro (União), que somou 13,61.
MOTIVOS DA MAIOR SURPRESA
Moisés era totalmente desconhecido e se elegeu na dita onda Bolsonaro que, proporcionalmente, na eleição passada obteve sua maior votação em Santa Catarina. Só que, pouco tempo depois, além de abandonar o atual presidente passou a ser seu inimigo político. Isso revoltou os bolsonaristas catarinenses. E com certeza foi um dos principais motivos de sequer dele chegar ao segundo turno.
Tanto é que sua vice, Daniela Reinehr (PL), com quem vivia uma relação tipo gato e rato, devido aos constantes desentendimentos, manteve-se fiel ao Bolsonaro. Nesta eleição concorreu e se elegeu a deputada federal com 84.631 votos. Ela vai para Brasília. Moisés para casa.
SORRISO AMARELO
Wilson Trevisan foi um dos maiores apoiadores de Moisés. Nada contra. Está no seu direito. Cada um apoia, seja na política ou qualquer outra situação, quem julgar melhor. Vivemos numa democracia.
Digamos que Moisés se reelegesse, certamente Trevisan teria um grande aliado. Isso seria benéfico para São Miguel a partir do próximo anos.
Mas deu zebra. Penso que o próprio Trevisan ficou constrangido com o desempenho do atual govenador que sequer chegou ao segundo turno.
Não sei se naqueles ataques de euforia, que acometem todos, chegaram a elaborar projetos caso Moisés obtivesse sucesso no pleito eleitoral.
Lembrando que até dois meses da eleição não era pouco os convictos na reeleição do atual governador.
O PRÓXIMO GOVERNADOR JÁ ESTÁ DEFINIDO
Surpresas acontecem. Essa eleição foi uma prova. Mas, com todo respeito aos petistas, Décio Lima não tem nenhuma possibilidade de vencer Jorginho Mello (PL), no segundo turno. Desta forma nosso próximo governador, pelo menos ao que tudo indica, já está definido.
O segundo turno acontecerá por força da lei e para confirmar o óbvio. E tenho convicção que executará um bom trabalho. Na pior das hipóteses, melhor do que Moisés que nunca teve experiência política e só chegou ao poder por causa do Bolsonaro e por que parte da população, ilusoriamente, pensou que se tratava de uma alternativa política diferenciada.
NA REGIÃO OCORREU O PREVISÍVEL
Os três deputados mais cotados da região que buscavam a reeleição alcançaram êxito. Maurício Eskudlark (PL); Padre Pedro (PT); e Mauro de Nadal (MDB) ficarão mais quatro anos na Assembleia Legislativa;
Quem ficou de fora foi a esposa de Celso Maldaner, e ex-prefeita de Maravilha por dois mandatos, Rosi Maldaner. Foi a primeira vez que concorreu a deputada estadual
DECEPÇÃO EM FAMILIA I
Nesta eleição, Celso Maldaner, que exerceu o cargo de deputado federal por inúmeros mandatos, resolveu concorrer ao Senado, que seu irmão, o lendário Casildo, que morreu em maio do ano passado, exerceu em dois mandatos. Celso seria uma espécie de sucessor natural, embora Casildo tenha desempenhado mais cargos, como, por exemplo, o de governador do Estado, em 1990, com a morte do, então, governador Pedro Ivo Campos, do qual era vice.
Só que Celso, talvez tenha sido ousado ou pretensioso demais ao ser o principal responsável pela candidatura de sua mulher, a ex-prefeita de Maravilha por dois mandatos, Rosi Maldaner, a concorrer a deputada estadual.
DECEPÇÃO EM FAMILIA II
Isso, inclusive, gerou um certo mal-estar dentro do MDB. É que a base eleitoral de Rosi é a mesma de Mauro de Nadal, que buscava a reeleição. Ele é de Cunha Porã, vizinho município de Maravilha. Dois candidatos disputando os mesmos eleitores, tipo um tirando voto do outro, causa prejuízos a ambos e fortalece o inimigo.
Celso deveria ter analisado melhor e deixado para a próxima eleição. Além disso, saber que seu poderio não é inatingível. O resultado foi amargo para o casal. Nenhum se elegeu, ao contrário de Mauro de Nadal que logrou êxito com expressiva votação – 67.065 votos. E seria bem superior se Rosi Maldaner não tivesse concorrido.
Mauro também demostra que suas forças são semelhantes ao do primo Herneus de Nadal que exerceu o cargo de deputado estadual cinco vezes, sendo o mais votado nas duas últimas que disputou. Em abril de 2009 se tornou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE SC).
DESSE JEITO SE APOSENTA NA ASSEMBLEIA
Padre Pedro, PT, foi eleito prefeito de Guaraciaba, em 1996. Foi um fato inusitado na região. À época, inclusive, era repórter jornalístico da RBS TV e realizei uma reportagem bem interessante. Na eleição seguinte se reelegeu. Depois sempre concorreu a deputado estadual e se elegeu.
Nunca ouvi nada que o desabonasse, mas faz tempo que ele deveria buscar uma vaga no Congresso abrindo espaço para alguém disputar o cargo de deputado estadual.
Não entendo como a Executiva do PT regional e estadual ainda não interviram nessa questão. E, salvo engano, esta foi a eleição que Padre Pedro menos obteve votos – 26.803.
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