Foto: Leo Munhoz/ND
O TJSC
(Tribunal de Justiça de Santa Catarina) recebeu nesta
sexta-feira (10) a denúncia apresentada contra sete pessoas no âmbito da
operação que apura o processo de dispensa de licitação na compra de 200
respiradores pulmonares pelo Governo
do Estado.
A maioria dos
denunciados foram identificados como empresários, onde passam para a condição
de réus no processo. Após a denúncia, recebida pelo juízo da Vara Criminal da
Região Metropolitana de Florianópolis, eles serão citados para responderem à
acusação, por escrito, no prazo de 10 dias.
A decisão aponta
que a materialidade dos crimes relacionados pelo MPSC
(Ministério Público de Santa Catarina) e os indícios de
autoria estão evidenciados nos elementos de prova contida nos autos,
incluindo indícios de autoria com relação ao crime de constituir e
integrar organização criminosa.
Ainda de acordo com
o TJSC, o documento formulado pelo MPSC aponta que os denunciados constituíram
uma organização criminosa por conta das características de divisão de tarefas,
com o objetivo de obterem vantagens econômicas por meio de infrações penais
diversas, “especialmente estelionatos relacionados ao oferecimento de
equipamentos para enfrentamento do novo coronavírus de que não dispunham,
falsidades, lavagem de dinheiro, dentre outros”, complementa.
O juízo acatou o
pedido do MPSC para o compartilhamento de provas já produzidas na ação penal,
levando em conta a pertinência dos elementos de prova em questão e sua
utilidade para compreensão dos fatos e delimitação do alcance das imputações.
Além disso, por
conta do interesse público, foi determinado o levantamento do sigilo dos autos.
“Se dê ao processo a devida publicidade, permitindo-se o amplo exercício do
direito à defesa e também o acesso da imprensa ao conteúdo integral deste
procedimento, eis que evidente o interesse da sociedade em tomar
conhecimento dos desdobramentos da investigação”, fundamenta a decisão.
Separação dos
processos para agilizar a tramitação
O juízo determinou
o desmembramento dos autos em relação a outros sete denunciados pelo MPSC para
a agilidade do processo.
A iniciativa foi
decidida porque cinco deles receberam proposta de transação penal, ou seja, um
possível acordo para antecipar a aplicação de pena , mas sem persecução penal –
somatória de atividades investigatórias com uma ação penal – e suspensão
condicional do processo – anulação.
Dessa forma, um
novo procedimento será autuado para a indicação das audiências necessárias para
a aceitação ou recusa das propostas ministeriais.
No entanto, outros
dois acusados também responderão em novos autos pela necessidade de conceder
resposta prévia nos crimes praticados por funcionários públicos no exercício de
sua função, no prazo de 15 dias, antes de o juiz deliberar sobre o recebimento
ou não da denúncia.
Relembre o caso
As investigações
apontam que a secretaria de Estado da Saúde, por meio de um suposto esquema
fraudulento, pagou antecipadamente R$ 33 milhões para a aquisição dos 200
respiradores de uma empresa sem histórico de vendas na
área, por valor acima do praticado pela União e outros Estados.
Apenas 50 chegaram
a Santa Catarina onde, até o meio do ano, somente nove estiveram aprovados para
funcionamento e efetivamente sendo usados em hospitais.
Os outros 41 foram
reprovados para uso e continuam abandonados no depósito da Secretaria
de Estado da Saúde.
Transparência dos
respiradores
O governo
de Santa Catarina lançou uma plataforma com informações sobre o
avanço na recuperação dos R$33 milhões gastos na compra fraudulenta de 200
respiradores.
O crime ocorreu em abril de 2020 e motivou
um impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL), do qual ele foi
absolvido.
A plataforma
detalha o quanto já foi recuperado do montante. Cerca de 14,2 milhões (43%) já
foram depositados. Há ainda 6,6 mi (20%) em imóveis que estão bloqueados pela
Justiça e cerca de 1 milhão (3%), também em imóveis, ainda em pendência de
decisão judicial.
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