Treze países já
detectaram uma nova variante preocupante do novo coronavírus batizada com a
sigla B1525. Depois da cepa mais contagiosa B.1.1.7, descoberta no Reino Unido,
a nova linhagem contém uma série de mutações, incluindo a E484K, também
presente nas variantes brasileira e sul-africana. Os cientistas britânicos
ainda não sabem se a nova cepa é resistente às vacinas distribuídas
atualmente.
Pesquisadores da
Universidade de Edimburgo (Escócia) relataram que a nova mutação foi
identificada pelo sequenciamento do genoma do Sars-CoV-2. Os países mais
afetados pela variante são Reino Unido (39 casos), Dinamarca (35), Nigéria (29)
e Estados Unidos (10). Haveria cinco casos na França, de acordo com o
estudo revelado pelo jornal britânico The Guardian.
Acredita-se
que esta variante contenha uma série de mutações preocupantes, incluindo a
E484K, localizada na proteína Spike do vírus, que desempenha um papel
importante na invasão das células. Estudos têm demonstrado que, graças a essa
alteração, o coronavírus seria capaz de resistir parcialmente aos anticorpos, o
que reduziria a eficácia das vacinas. Os primeiros casos identificados datam de
meados de dezembro e foram descobertos no Reino Unido e na Nigéria.
Em declaração
ao The Guardian, Simon Clarke, professor de microbiologia celular
da Universidade de Reading, disse que ainda não é possível antever se essa
variante irá se espalhar. “Mas, se for bem-sucedida, pode-se presumir que a
imunidade de qualquer vacina ou dada por infecção anterior será enfraquecida”,
afirmou o especialista.
Também ouvido
pelo The Guardian, o virologista Jonathan Stoye, diretor de
pesquisa do Instituto Francis Crick, de Londres, vê uma vantagem na detecção
precoce dessa nova cepa. Como essa mutação E484K parece decisiva, é necessário,
de acordo com o especialista, adaptar as vacinas para que tenham como alvo
prioritário essa mutação. As farmacêuticas Moderna e AstraZeneca já anunciaram
que estão trabalhando em uma nova versão de sua vacina adaptada à variante
sul-africana.
De acordo com a
agência de saúde pública britânica, atualmente não há evidências de que esse
conjunto de mutações encontrado na cepa B1525 cause doenças mais graves ou
aumente a transmissibilidade do vírus.
Novos casos
recuam no mundo, diz OMS
O número de novos
casos da Covid-19 registrados no mundo diminuiu 16% na semana passada (2,7
milhões), anunciou na terça-feira (16) a OMS (Organização Mundial da Saúde). O
total de novos óbitos notificados também caiu 10% em relação à semana anterior.
Cinco das seis
regiões do mundo estudadas pela OMS relataram uma redução de dois dígitos no
número de novos casos. Apenas o leste do Mediterrâneo apresentou um aumento de
7%. Na semana passada, os casos positivos tiveram queda de 20% na África e
no Pacífico Ocidental, 18% na Europa, 16% na América do Sul e 13% no Sudeste
Asiático.
A variante mais
contagiosa do coronavírus descoberta pela primeira vez no Reino Unido tinha
chegado na semana passada a 94 países, enquanto a sul-africana foi detectada em
46 territórios, a metade, com transmissão local em pelo menos 12 deles. Já a
variante brasileira também foi detectada em 21 países.
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