Medusa gigante rara é vista em praia de SC

17/02/2020 - 18h33

Um exemplar da maior medusa presente na costa brasileira foi visto na Ilha do Campeche, em Florianópolis, na última sexta-feira (14). O animal é da espécie Drymonema gorgo e é considerado raro, conforme o professor Alberto Lindner, responsável pelo laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Essa foi a maior medusa observada nesta temporada de verão em Santa Catarina, segundo o pesquisador. "É uma espécie que ocorre da Argentina até o Rio de Janeiro", explicou o professor Lindner. Como provoca queimadura, a recomendação é que os banhistas não tentem tocá-la.

A medusa foi encontrada por Fábio Lopes, que fazia stand up paddle no local. Ele viu o animal por volta das 8h30 e fez o registro em vídeo.

“É um animal que chega a ter um diâmetro de um metro. Esse daí que foi encontrado na Ilha do Campeche, se contar aqueles braços orais, aquelas estruturas grandes que ficam embaixo do disco da umbrella dela, tem cerca de um metro de diâmetro mesmo", disse o professor. O aluno dele Ruan Luz, que também coordena o mergulho na Ilha do Campeche, fez estimativas em relação ao tamanho do animal.

"Ele [Ruan] estima também que os tentáculos dela, que são bem finos, ficam na margem, possam chegar a pelo menos quatro metros de comprimento”, disse o professor.

Lindner disse que a espécie, como é grande, também se alimenta de medusas menores.

Registros

A espécie gigante foi encontrada na capital catarinense pelo naturalista alemão Fritz Müller em 1857, 1860 e 1861. "Ele acabou descrevendo-a alguns anos depois, em 1883, em Blumenau [Vale do Itajaí]. É uma pessoa que morou aqui em Florianópolis", disse o professor.

"Que a gente tenha conhecimento, este é o primeiro registro desta espécie em Florianópolis depois do trabalho do Fritz Müller. Talvez algum pescador, alguém pode ser que tenha visto, mas pelo menos que a gente tem registro mesmo, que a gente tem foto, tem conhecimento, esta é a primeira vez que ela é encontrada depois de mais de 150 anos aqui em Florianópolis", afirmou Lindner.

A espécie foi vista também em outros locais do Brasil e em território argentino. "Tem registro na Argentina, tem um registro no Rio Grande do Sul, tem registros em São Paulo e tem no Rio de Janeiro também, mas sempre raro. Muito esporádico, a gente tem pouco conhecimento sobre a biologia e sobre o ciclo de vida desta espécie. Não é uma espécie que forma essas grandes agregações que nem a gente está vendo da Chrysaora lactea [medusa comum no litoral catarinense]", declarou o professor.

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