Os países que integram o Mercosul – Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai – devem assinar, na próxima semana, um acordo de “cooperação
consular” em todo o mundo. As regras ainda terão de passar pelo Legislativo de
todos os países do bloco, antes de entrarem em vigor.
O acordo permitirá que, em caso de emergência ou
dúvida, um cidadão brasileiro recorra, por exemplo, a um consulado argentino na
Europa ou na Ásia. Os serviços consulares disponíveis nesses postos emprestados
ainda terão de ser definido.
O acordo deve ser assinado na próxima quarta-feira
(18), durante a 54ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Santa Fé
(Argentina). Segundo o governo brasileiro, os demais países do bloco econômico
já disseram concordar com as regras propostas.
Efeitos
da medida
O Brasil, segundo o site do Ministério das Relações
Exteriores, tem “uma das maiores redes consulares do mundo”. São 145 países com
representação presencial e outros 55 atendidos à distância – o consulado
brasileiro em Paris atende às questões em Mônaco, por exemplo.
A Argentina tem representação em 168 países – em boa
parte, com o mesmo expediente de atendimento à distância. O Paraguai, por sua
vez, lista apenas 41 embaixadas no site da chancelaria.
Mesmo assim, turistas ou residentes brasileiros no
exterior poderão se beneficiar. Na Alemanha, por exemplo, o Brasil tem
representação consular em Berlim, Frankfurt e Munique. A Argentina tem postos
em Berlim, Frankfurt, Bonn e Hamburgo – esses dois últimos podem passar a
atender brasileiros.
Acordo
de segurança
A Cúpula do Mercosul também deve assinar, na próxima semana,
um acordo de integração migratória. Segundo fontes do Itamaraty, a ideia é
compartilhar informações de segurança dos migrantes, como antecedentes
criminais.
Quando o tema tramitar nos parlamentos locais, será
preciso adequar o acordo às políticas de privacidade e proteção dos dados
pessoais de cada país. De acordo com o ministério brasileiro, a ideia é
facilitar o trânsito nas fronteiras e, ao mesmo tempo, fortalecer a segurança.
Acordo com a União Europeia
O presidente Jair Bolsonaro deverá participar da sessão
plenária da Cúpula do Mercosul, no dia 18. Na ocasião, ele receberá o martelo
que simboliza a presidência do grupo pelos próximos seis meses.
O atual presidente do grupo é o chefe de Estado
argentino, Maurício Macri. Daqui a seis meses, Bolsonaro deve passar o comando
do bloco ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez.
O encontro em Santa Fé será marcado por um “tom de
comemoração”, já que o acordo comercial entre o
Mercosul e a União Europeia foi fechado no fim de junho, após
duas décadas de negociação. O acerto é considerado um trunfo da presidência pro
tempore de Macri.
A passagem de bastão para o governo brasileiro não
deve mudar a pauta de negociações do Mercosul para os próximos meses. Afinados
em termos ideológicos, Macri e Bolsonaro têm intenções similares para o bloco
econômico: reduzir a Tarifa Externa Comum que vigora no Mercosul, otimizar as
instâncias de discussão – que, hoje, incluem mais de 200 fóruns e grupos
setoriais – e avançar em parcerias com outros blocos econômicos do mundo.
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