A recuperação da área plantada e o aumento da produtividade
do milho são as boas notícias da mais recente edição do Boletim
Agropecuário, documento que apresenta as principais informações conjunturais
referentes ao desenvolvimento das safras, da produção e dos mercados para os
produtos agrícolas catarinenses selecionados. O Boletim, que é publicado
mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri
(Epagri/Cepa), também aponta alta nos preços pagos ao produtor pelo arroz e
feijão e crescimento expressivo nas exportações de carne suína e de frango.
Grãos
Os números finais da safra 2018/19 confirmam a recuperação em 7,24% na
área cultivada de milho, primeira e segunda safras, em relação à safra 2017/18,
chegando a um total de 346.111ha de área plantada com o grão em Santa Catarina.
A produtividade foi a segunda maior entre as três últimas safras, alcançando
8.286kg/ha. No total das duas safras, a produção estadual de milho ficou em
2,89 milhões de toneladas. Apesar da excelente safra nacional, estimada em 98,5
milhões de toneladas, os preços reagiram em junho, recuperando parte das perdas
dos últimos meses.
O arroz está com a safra encerrada e preços que seguem em alta em razão da
menor oferta interna. Quem também está comemorando bons preços é o produtor de
feijão. A saca de feijão carioca foi comercializada no primeiro semestre de
2019 por um valor 127% maior do que o praticado no mesmo período do ano
anterior. Para os produtores de feijão preto, o ganho monetário no semestre
chega a 20%.
A soja apresentou recuo de 2% na área plantada no Estado, com 670 mil
hectares cultivados e produção estimada em 2,35 milhões de toneladas. Os preços
reagiram em junho, mas os produtores seguram o produto, à espera de melhores
cotações. O trigo estava com 61% da área plantada na primeira semana de julho.
A expectativa da Epagri/Cepa é de redução de 8% na área cultivada, decorrente
dos altos custos de produção.
Hortaliças
Os preços do alho apresentaram boa recuperação e os cultivos catarinenses
seguem bem, sinalizando boas perspectivas para a safra 2019/20. A cebola é
outra hortaliça que vê subida no preço, impulsionado pela redução na importação
e oferta mais ajustada da produção nacional.
Pecuária
As carnes de frango e suína experimentaram importante incremento nas
exportações nos primeiros seis meses de 2019. No primeiro semestre deste ano,
Santa Catarina exportou 727,46 mil toneladas de carne de frango, com
faturamento de US$ 1,26 bilhão, o que representa um aumento de 58,77% em
quantidade e de 60,48% em valor, quando comparado ao mesmo período de 2018. O
Estado foi responsável por 37,02% das receitas brasileiras geradas pela
exportação de carne de frango de janeiro a junho.
Já a carne suína teve sua exportação ampliada em 44,53% no primeiro
semestre de 2019 em relação a igual período de 2018. Nesses primeiros seis
meses o faturamento chegou a US$ 392,51 milhões, expansão de 42,18% na
comparação com o ano anterior. Santa Catarina foi responsável por 56,19% das
receitas e 58,67% da quantidade de carne suína exportada pelo Brasil de janeiro
a junho, consolidando-se como principal exportador de carne suína do país.
No sentido contrário, a carne bovina enfrentou queda de 1,92% em
quantidade e 15,76% em valor exportado no primeiro semestre de 2019, na
comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a
junho, foram exportadas 2,11 mil toneladas, com faturamento de US$ 5,99
milhões. Hong Kong foi o destino de 59,54% da carne bovina exportada pelo
estado este ano.
Os produtores de leite sofreram com queda significativa dos preços no mês
de julho. O cenário traçado pela Epagri/Cepa não é promissor, com possibilidade
de novas quedas nos próximos meses.
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