Um observatório do
Havaí registrou, no início desta semana, um pico na concentração de dióxido de
carbono (CO2). Na segunda-feira (10), o Observatório de Mauna Loa mediu 416.08
partes por milhão (ppm) desta substância na atmosfera.
Esta é a maior concentração do gás nesta estação desde o início das
medições, há 62 anos.
O cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA),
Pieter Tans, explicou nesta sexta (14) que a concentração de CO2 no ar do
Pacífico vem aumentando desde que as primeiras medições do observatório
havaiano, em 1958.
"A taxa de aumento se acelerou de maneira constantemente e chegou a
cerca de 2,5 ppm por ano", disse Tans. "O recorde do maior valor
diário será quebrado várias vezes nos próximos meses."
O pico nos registros foi notado por ativistas e ambientalistas. A jovem
ativista sueca, Greta Thunberg, alertou para esse aumento e disse em um
tuíte que "vivemos uma crise que nunca foi tratada como tal."
"Novo recorde da concentração média diária de CO2 medida na
atmosfera: 416,08 ppm. Em fevereiro (!!) O mais triste é que isso não será uma
notícia digna de plantão. Basicamente ninguém entende o significado completo
disso. Porque estamos em uma crise que nunca foi tratada como uma crise.",
tuitou a jovem.
Leituras mais altas
A NOAA ponderou que esta não pode ser considerada a maior concentração
de CO2 da história e que os valores não devem ser analisados dia a dia, mas em
períodos maiores como meses ou anos.
Além disso, a administração explicou que o observatório havaiano
registra apenas uma parte da atmosfera terrestre. Há outros dois laboratórios
responsáveis por acompanhar esta medição em latitudes polares.
O Observatório de Mauna Loa, no Havaí, captura informações sobre a
atmosfera terrestre desde 1958. Há ainda a estação de Barrow Alaska, que pela
sua posição capta a maior parte da poluição, e outra no Polo Sul, com a menor
concentração de gases estufa.
Segundo a NOAA, se não houver uma redução nas emissões dos gases de
efeito estufa, a concentração de CO2 na atmosfera continuará a aumentar e novos
recordes serão estabelecidos regularmente. Em um comunicado, a administração
lamentou que "infelizmente este é o novo normal."
"Estamos vendo vários novos picos mesmo em momentos de baixa,
quando há maior absorção de CO2 pelas plantas na primavera", disse a NOAA.
"Houve outro pico em janeiro, agora em fevereiro, isso sugere que as
leituras nos próximos meses serão mais altas que as do ano passado."
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