Foto: Camila Costa /R7
O esforço da Câmara
dos Deputados para finalizar a votação das medidas provisórias editadas ainda
no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) até esta quinta-feira
(30) não foi suficiente para zerar fila de pendências.
Apesar da expectativa de continuidade do trabalho nas próximas semanas, os acordos ainda não estão costurados. As informações são do R7.
O combinado com o governo foi de que das 13 MPs editadas até o fim de 2022, 10 sejam apreciadas antes de perderem a validade (veja mais abaixo as medidas que foram deixadas de lado). Das 10 que entraram na lista de discussão, oito foram julgadas.
O que falta votar
Restam, portanto,
duas MPs pendentes de apreciação. Ambos os assuntos prometem enfrentar mais
resistência dos deputados e não há sinal de uma decisão. Confira:
- MP 1.147/22: limita
a isenção fiscal do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos,
restringindo os tipos de atividades que continuarão isentas de pagar impostos
federais.
- MP 1.153/22: adia
multa para motoristas profissionais que não fizerem o exame toxicológico,
suspendendo a aplicação até 2025.
O que já foi
votado
Na terça (28), a
Câmara aprovou a MP 1.145/22, que diminui os valores da taxa de fiscalização de
bafômetros e instrumentos que registram a velocidade de veículos. Também foi
aprovada a medida que altera a base de cálculo do salário de servidores que
atuam no exterior, incluindo cidades onde o Brasil abriu representações
diplomáticas.
Na sessão de
segunda (27), os parlamentares aprovaram a MP que permite prorrogar quase 3,5
mil contratos de profissionais da saúde no Rio de Janeiro, além de outro texto
que autoriza a Caixa Econômica a administrar, até o fim deste ano, o fundo com
os recursos do Seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores
de Via Terrestre). O último também já passou pelo crivo dos senadores e segue
para a promulgação.
Com um pouco mais
de resistência, a Câmara aprovou, na quarta (29), a MP 1.148/22, que renova por
dois anos as regras de Tributação em Bases Universais. A medida beneficia
multinacionais brasileiras com subsidiárias no exterior a partir de crédito
presumido do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) equivalente a 9% do
lucro obtido.
Desmatamento
Nesta quinta, os
deputados aprovaram a MP 1.150/22, que muda o prazo de adesão ao Programa de
Regularização Ambiental (PRA). Eles também incluíram uma emenda que muda a Lei
da Mata Atlântica para permitir desmatamento sem estudo prévio ou compensação
de qualquer natureza em algumas situações. São elas: implementação de linhas de
transmissão de energia elétrica, de gasoduto ou de sistemas de abastecimento
público de água.
O texto original da
MP, de autoria de Bolsonaro, trata do prazo de adesão ao Programa de
Regularização Ambiental (PRA). Com a aprovação, o prazo será de 180 dias,
contado da convocação pelo órgão competente para efetivar essa adesão.
Também entrou na
ordem do dia a a MP 1.152/22, que muda regras para fixação de preços usados em
transações entre empresas relacionadas a fim de adequar as normas nacionais às
praticadas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE) e evitar práticas destinadas a diminuir o pagamento de tributos.
Por fim, votaram a
1.151/22, que permite aos concessionários de gestão de florestas públicas
aproveitarem créditos de carbono por manter a floresta em pé. O texto inclui na
concessão a exploração de produtos e de serviços florestais não madeireiros,
como serviços ambientais e acesso ao patrimônio genético ou conhecimento
tradicional associado para fins de conservação, de pesquisa, de desenvolvimento
e de bioprospecção.
MPs deixadas de
lado
Três medidas provisórias
foram deixadas de lado, para perderem a validade:
- a que estabelece o
valor do salário-mínimo;
- a que estabelece
regras de contratações para a realização do Censo;
- a que abre crédito
de R$ 7,5 milhões ao Ministério do Trabalho.
O entendimento foi
de que o vencimento desses textos não impacta no andamento das ações da atual
gestão.
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