Polícia Federal em Florianópolis Foto: Mayara Vieira/ NSC TV
O prefeito de
Florianópolis, Gean Loureiro (sem partido, ex-filiado ao MDB), e pelo menos
outras quatro pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (18) durante a
Operação "Chabu", deflagrada pela Polícia Federal. A operação tem
como objetivo desarticular uma organização que violava sigilo de operações
policiais em Santa Catarina. Até a publicação desta reportagem, a polícia não
havia informado os crimes dos quais o prefeito é suspeito e qual é o
envolvimento dele no esquema. O Ministério Público Federal disse que não tinha
informações sobre as investigações até as 12h.
Ao todo 30 mandados
são cumpridos, sendo 23 de busca e apreensão e sete de prisão temporária,
expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre
(RS). O processo corre em segredo de Justiça. A operação foi deflagrada pela PF
de Brasília. Até as 12h30, não havia balanço dos trabalhos realizados.
De acordo com a PF,
foi apurado que a organização criminosa envolveria políticos, empresários, e
servidores da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Lista de presos
· Gean
Loureiro (sem partido, ex-MDB), prefeito de Florianópolis
· Fernando
Caieron, delegado da Polícia Federal, foi preso Porto Alegre (RS)
· Marcelo
Roberto Paiva Winter, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), diretor de comunicação
do Sindicato dos Policiais Rodoviários de Santa Catarina (SINPRF-SC)
· Luciano
Veloso Lima, que foi secretário da Casa Civil no governo estadual Eduardo
Moreira (MDB)
Locais de busca e
apreensão
· Grupo
Nexxera, em Florianópolis, empresa de tecnologia
· Prefeitura
de Florianópolis, no gabinete do prefeito
O que dizem os
citados
A assessoria da
prefeitura disse em nota que o prefeito concordou em prestar todas as
informações necessárias e está aguardando para prestar depoimento na PF.
O G1 SC também
procurou a defesa de Fernando Caieron, mas até a última atualização da
reportagem não obteve retorno.
A assessoria de
imprensa do SINPRF-SC disse que irá se manifestar sobre a prisão de Marcelo
Roberto Paiva Winter depois de ter acesso aos autos. A PRF afirmou que ficou
sabendo da operação nesta manhã e que a Corregedoria da instituição busca
informações junto à PF para se manifestar.
O advogado de
Luciano Veloso Lima, Rubens Cabral Faria Junior, foi procurado, mas não havia
respondido até a última atualização desta reportagem. Às 11h30, os dois estavam
na Superintendência da Polícia Federal para que Lima prestasse depoimento.
Em nota, a empresa
Grupo Nexxera disse que "não sabe do que se trata essa operação, pois é
uma fase de investigação e provas. Estamos confortáveis e vamos contribuir com
o que for preciso com as autoridades".
Investigações
Após análises dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, que ocorreu em agosto de 2018, foi apurado pela Polícia Federal que o grupo suspeito construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores do órgão e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados em órgão de inteligência e investigação, com o objetivo de embaraçar investigações policiais em curso e proteger o núcleo político em troca de benesses financeiras e políticas.
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