Foto: Arquivo/Agencia Brasil
A produção brasileira
de grãos na safra 2021/22 está estimada em 271,2 milhões de toneladas, um
acréscimo de quase 14,5 milhões de toneladas em comparação ao ciclo anterior. O
levantamento foi divulgado na última quinta-feira (08) pela Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab).
“Embora tenha
passado por adversidades climáticas em algumas regiões produtoras,
principalmente nos estados da região Sul do país, esta é a maior colheita já
registrada dentro da série histórica de produção de grãos no Brasil”, ressalta
o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
O arroz, o milho e
a soja, três principais produtos desse grupo, representam 91,5% da estimativa
da produção, e respondem por 87,1% da área a ser colhida. A área total no país
a ser colhida é de 73 milhões de hectares, 6,5% maior que em 2021. O
crescimento foi de quase 10% em relação ao ano passado.
A produção nacional
de milho, em 2022, deve alcançar novo recorde, com estimativa de 109,9 milhões
de toneladas e alta de 25,2% na comparação com o ano passado. O algodão em
caroço também teve alta de 17,7%, e a produção da soja aumentou 4,7%. Já o
trigo teve produção de 9% a mais em relação a 2021.
A estimativa de
produção de cereais, leguminosas e oleaginosas também apresentou variação anual
positiva para quatro grandes regiões do país. No Centro-Oeste, o aumento foi de
1,4%. Na região Norte, 11%. No Sudeste, 10,8% e no Nordeste, 10,3%. A região
Sul foi a única do país com variação negativa, com queda de 14,6% na produção.
Entre os estados
brasileiros, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com
participação de 30,8% na produção. Em segundo lugar vem o estado do Paraná, com
13,2%, seguidos de Goiás, 10,3%, Rio Grande do Sul 9,8%, Mato Grosso do Sul
(8,1%) e Minas Gerais (6,5%). Somados, esses seis estados representaram 78,7%
do total nacional.
Com relação às
participações das regiões brasileiras na produção de cereais, leguminosas e
oleaginosas, o Centro-Oeste teve aumento de quase 50%. O Sudeste, de 10,4%, o
Nordeste, de 9,7%, e o Norte, 5,2%. Para o engenheiro-agrônomo extensionista da
Emater-DF, Marconi Borges, o sucesso da safra de grãos na região central do
país deve-se à prática de tecnologias específicas, apesar dos problemas
climáticos.
“A tecnologia
utilizada, principalmente na região do Planalto Central, no uso de plantio
direto, é o que permitiu superar essa adversidade climática”, explica o
especialista. “É uma ferramenta extraordinária para conservação de solo e água
e incorpora muito material orgânico no solo. Quanto mais material orgânico no
solo, maior a capacidade de reter a água. Então acredito que esse foi o
principal fator que levou a bater esse recorde”, defende.
No âmbito externo,
as vendas de algodão devem atingir a marca de 1,9 milhão de toneladas, com
previsão de estoques finais de 1,3 milhão de toneladas. No caso da soja, os
estoques finais da atual safra estão estimados em 6,19 milhões de toneladas,
enquanto a projeção de exportação de produtos oleaginosos como castanha do
caju, amendoim, amêndoa, entre outros, tem previsão de atingir a marca de 77,19
milhões de toneladas.
Alta também para o
estoque de passagem para o trigo em 2023 que, influenciado pela maior produção
do cereal, deve atingir estoque de 1,6 milhões de toneladas entre agosto deste
ano e junho do ano que vem. Já no caso do milho, a queda na produtividade de
importantes regiões produtoras reduziu o volume esperado para o consumo e
exportação do cereal de 76,5 milhões de toneladas para 37 milhões.
Quanto ao arroz, a
Companhia Nacional de Abastecimento prevê um consumo menor do produto, fechando
o ano com 2,36 milhões de toneladas de estoque.
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