Foto: Divulgação/CNA Brasil
O Sindicato das
Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (SINDICARNE) considerou um
avanço para o setor a decisão do Governo Federal de suspender a cobrança
de PIS e Cofins na importação de milho até 31 de dezembro deste ano. O objetivo
é desonerar o custo de aquisição externa com foco no aumento da oferta interna
buscando reduzir a pressão de preços e os custos dos criadores de animais, já
que o grão é importante insumo na alimentação de bovinos, suínos e
aves.
O SINDICARNE
participou ativamente das tratativas para a efetivação da Medida Provisória,
junto com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a bancada
catarinense no Congresso Nacional. O diretor executivo, Jorge Luiz de
Lima, lembra que foram feitas diversas reuniões e encaminhados ofícios
explicando a importância da desoneração para a cadeia produtiva. O trabalho
envolveu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Ministério da
Economia e o Ministério da Ciência e Tecnologia.
A
medida consta na Medida Provisória Nº 1.071, publicada na
quinta-feira (23). Após o amplo trabalho das entidades, a ministra da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, entendeu a importância da
desoneração em razão da quebra na produção de milho por causa da seca e do
cenário de aperto no abastecimento, o que provocou alta no preço do milho.
Segundo a MP, ficam reduzidas a zero, até 31 de dezembro de 2021, as alíquotas
de contribuição incidentes na importação do milho. A Medida Provisória entra em
vigor no quinto dia útil após a data de sua publicação.
“Essa é uma das
etapas cumpridas para ajudar a viabilizar o processo de importação de milho de
outros destinos. A suspensão da cobrança de PIS e Cofins é uma grande conquista
que foi trabalhada via ABPA e SINDICARNE juntos aos Ministérios, mas ainda
temos que superar outros fatores”, avalia Jorge de Lima.
A suspensão permitirá
a compra de milho de outros mercados fora do Mercosul de maneira competitiva,
melhorando o abastecimento interno e evitando reajuste nos preços das carnes
para o consumidor. A expectativa é que a retirada da cobrança da tarifa
represente redução de 9,25% no custo de importação ou R$ 9 por saca.
De
acordo com o dirigente do SINDICARNE, agora as entidades buscam maior segurança
jurídica para as compras de milho geneticamente modificado cultivado nos
Estados Unidos. “Buscamos a equivalência de eventos geneticamente modificados,
ou seja, reconhecimento no Brasil de eventos existentes em outros países para,
junto com a isenção de PIS e Cofins, podermos importar milho dos Estados Unidos
para suprir a cadeia de produção de ração que demanda o grão em larga escala e
que tem escassez dentro do território nacional”, conclui.
O levantamento
mais recente da Conab mostra que a produção nacional de milho safra
2020/2021 deve chegar a 85,7 milhões de toneladas, uma redução de 16,4% em
comparação ao ciclo anterior (102,5 milhões de toneladas), impactada por
problemas climáticos.
A falta de milho
para abastecer as cadeias produtivas da suinocultura, avicultura e
bovinocultura é comum em Santa Catarina, que tem um déficit anual de
quase 5 milhões de toneladas de milho que o estado precisa buscar em outros
mercados.
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