Psicologia promove debate sobre enfrentamento das violências contra a população LGBTI +

03/06/2020 - 10h49

Os cursos de Psicologia da Unoesc São Miguel do Oeste e Pinhalzinho promoveram, no final do mês de maio, o debate: "Enfrentamento das violências contra a população LGBTI+ na região Extremo-oeste de Santa Catarina". A atividade contou com a participação do médico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Henrique Caetano Nardi e da presidente da União Nacional LGBT (UNA), Carolina Listone. O evento foi alusivo ao Dia Internacional contra a LGBTIfobia.

O professor Anderson Schuck detalha que, durante o debate, foram abordados os temas: o histórico de lutas do movimento LGBTQI+; os movimentos que resultaram na retirada da homossexualidade e da transsexualidade como doenças, transtornos mentais ou desvios do CID e DSM - manuais de diagnóstico; resoluções do Conselho Federal de Psicologia (CFP), entre outros assuntos.

Durante o debate também foi apresentado o projeto "As possibilidades de enfrentamento das violências contra a população LGBT+ no Extremo-oeste de Santa Catarina". O professor Anderson explica que o objetivo é fazer um mapeamento das violências contra a população LBGTQI+ na região, buscando dados, tais como: se a pessoa sofreu ou não violência; tipo de violência sofrida; local onde ocorreu; se pediu ajuda e denunciou; os efeitos da violência nos sentimentos e comportamentos e se a pessoa está precisando de ajuda no momento.

Com os dados, pretende-se estabelecer um diálogo com as políticas públicas de saúde, assistência social, educação e segurança pública. Anderson observa que, atualmente, não há dados de violência contra a população LGBTQI+ nas delegacias da região, o que pode ter relação com uma subnotificação e com a falta de apoio social e medo de a pessoa enfrentar a situação.

"Vale lembrar que, em sociedades conservadoras, o preconceito tende a se intensificar, inclusive naturalizando e apoiando atitudes de violência contra o que se julga errado, fora da norma, pecado. Mesmo assim, ressaltamos que as lutas e vidas LGBTQI+ importam, e essas pessoas não devem sofrer preconceitos e violências por conta de sua identidade e orientação sexual, devendo ser respeitadas na sua liberdade e condição humana", destaca o professor Anderson Schuck.

Troca de conhecimentos durante o evento

Segundo a professora Lisandra Antunes de Oliveira, a troca de conhecimentos com profissionais de outros âmbitos, tanto acadêmico quanto de movimento social, é enriquecedora. "O curso de Psicologia vem cumprindo seu papel de combater toda a forma de preconceito; contribuir com a sociedade para que se torne mais humana e digna; garantir direitos à população e às minorias, ressaltando que todas as vidas são importantes e discutindo temas tão atuais na profissão", destaca a professora.

A acadêmica Camilla Secchi observa que, durante o evento, os palestrantes trouxeram exemplos reais e explicações didáticas sobre conceitos, história e os movimentos atuais. "Essa é uma luta de todos e não somente da população LGBTI. Debates como esse fazem, cada vez mais, olharmos para essa população, que é digna de respeito e de igualdade como qualquer outro cidadão", conclui a acadêmica. 

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