Os cursos
de Psicologia da Unoesc São Miguel do Oeste e Pinhalzinho promoveram, no final
do mês de maio, o debate: "Enfrentamento das violências contra a população
LGBTI+ na região Extremo-oeste de Santa Catarina". A atividade contou com
a participação do médico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRS), Henrique Caetano Nardi e da presidente da União Nacional LGBT
(UNA), Carolina Listone. O evento foi alusivo ao Dia Internacional contra a
LGBTIfobia.
O
professor Anderson Schuck detalha que, durante o debate, foram abordados os
temas: o histórico de lutas do movimento LGBTQI+; os movimentos que resultaram
na retirada da homossexualidade e da transsexualidade como doenças, transtornos
mentais ou desvios do CID e DSM - manuais de diagnóstico; resoluções do
Conselho Federal de Psicologia (CFP), entre outros assuntos.
Durante o
debate também foi apresentado o projeto "As possibilidades de enfrentamento
das violências contra a população LGBT+ no Extremo-oeste de Santa
Catarina". O professor Anderson explica que o objetivo é fazer um
mapeamento das violências contra a população LBGTQI+ na região, buscando dados,
tais como: se a pessoa sofreu ou não violência; tipo de violência sofrida;
local onde ocorreu; se pediu ajuda e denunciou; os efeitos da violência nos
sentimentos e comportamentos e se a pessoa está precisando de ajuda no momento.
Com os
dados, pretende-se estabelecer um diálogo com as políticas públicas de saúde,
assistência social, educação e segurança pública. Anderson observa que,
atualmente, não há dados de violência contra a população LGBTQI+ nas delegacias
da região, o que pode ter relação com uma subnotificação e com a falta de apoio
social e medo de a pessoa enfrentar a situação.
"Vale
lembrar que, em sociedades conservadoras, o preconceito tende a se
intensificar, inclusive naturalizando e apoiando atitudes de violência contra o
que se julga errado, fora da norma, pecado. Mesmo assim, ressaltamos que as
lutas e vidas LGBTQI+ importam, e essas pessoas não devem sofrer preconceitos e
violências por conta de sua identidade e orientação sexual, devendo ser
respeitadas na sua liberdade e condição humana", destaca o professor
Anderson Schuck.
Troca de
conhecimentos durante o evento
Segundo a professora Lisandra Antunes de Oliveira, a troca de conhecimentos com profissionais de outros âmbitos, tanto acadêmico quanto de movimento social, é enriquecedora. "O curso de Psicologia vem cumprindo seu papel de combater toda a forma de preconceito; contribuir com a sociedade para que se torne mais humana e digna; garantir direitos à população e às minorias, ressaltando que todas as vidas são importantes e discutindo temas tão atuais na profissão", destaca a professora.
A acadêmica Camilla Secchi observa que, durante o evento, os palestrantes trouxeram exemplos reais e explicações didáticas sobre conceitos, história e os movimentos atuais. "Essa é uma luta de todos e não somente da população LGBTI. Debates como esse fazem, cada vez mais, olharmos para essa população, que é digna de respeito e de igualdade como qualquer outro cidadão", conclui a acadêmica.
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