
A comissão mista
especial que analisa a reforma tributária no Congresso Nacional começou, nesta
quarta-feira (4), a discutir o texto único que atualizará o modelo de cobrança
de impostos no Brasil. Relator da matéria, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro
(PP-PB), afirmou que o texto deverá estar pronto para ir à votação nos
plenários da Câmara e do Senado até 6 de maio.
Segundo ele, há
consenso entre parlamentares sobre a importância de se aprovar o texto ainda no
primeiro semestre deste ano. “A matéria está madura. Existe uma compreensão dos
entes federados sobre a necessidade de reformar o sistema tributário que, da
forma que está, é caro para o país”, ponderou.
Corrigir distorções
e simplificar o processo de pagamento dos tributos é, para Aguinaldo Ribeiro,
“prioridade absoluta”. “Nossa proposta é ter uma reforma tributária que promova
a cidadania fiscal, porque hoje o brasileiro não sabe quanto paga de imposto.
Quando falamos em uma alíquota de 10% ou 15%, ela é muito maior, porque é
cobrada ‘por dentro’. Além disso, ela é cumulativa, porque em uma cadeia
produtiva existe a cumulatividade desse imposto”, critica o parlamentar.
A cumulatividade,
também conhecida como “efeito cascata”, ocorre quando há a incidência de um
tributo em duas ou mais etapas da circulação de mercadorias, sem que o valor
pago seja abatido posteriormente. É o que ocorre, por exemplo, com o Imposto
Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de competência dos estados e
que é cobrado, hoje, na origem e no destino do produto.
O presidente da
comissão, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), entende que já passou da hora de se
criar um novo modelo tributário, sem alteração, neste momento, da carga de
impostos. “Não dá para reduzir, nem para aumentar a carga tributária
brasileira, porque nenhum ente pode abrir mão de receita. A simplificação, a
desoneração, a competição e a modernização são os nossos objetivos”, apontou o
parlamentar.
Sobre a
possibilidade de o governo apresentar um texto alternativo de reforma
tributária, Roberto Rocha garantiu que essa hipótese está descartada. “O fato
de o governo não apresentar uma proposta formal foi combinado com o Senado
federal, porque senão, em vez de duas, seriam três propostas. Isso complicaria
mais a criação de um só texto. Quem tem três textos, não tem nenhum”,
justificou.
Tramitação
O consenso para a
instalação de uma comissão mista para discutir o tema se deu por conta das
semelhanças das propostas, que tramitam, separadamente, na Câmara e no Senado.
Os deputados apreciam, desde o ano passado, a PEC 45, que acaba com cinco
tributos: IPI, PIS e Cofins, de arrecadação federal; ICMS, dos estados; e ISS,
de cobrança municipal. Em substituição, seriam criados o Imposto sobre Bens e
Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo (IS).
Já a PEC 110/2019,
discutida por senadores, extingue 10 tributos: IPI, IOF, CSLL, PIS, Pasep,
Cofins e Cide Combustíveis, de arrecadação federal; o ICMS, de competência dos
estados; e o ISS, de âmbito municipal, além do Salário-Educação. Em
substituição, cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo
(IS). A arrecadação e a partilha, em ambos os textos, seriam únicas para União,
estados, municípios e Distrito Federal. Dessa forma, a cumulatividade de
cobrança seria extinta, incidindo apenas no estado de destino do produto
fabricado.
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