Santa Catarina quer
incluir cereais de inverno na alimentação de suínos e aves, diminuindo a
demanda por milho. O plantio de trigo, aveia, cevada e centeio pode representar
uma alternativa importante de renda para os produtores e também trazem um novo
fôlego para o setor produtivo de carnes e leite. Governo do Estado, Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), iniciativa privada e
representantes dos produtores rurais estudam a inclusão dos cereais de inverno
na alimentação animal como forma de diminuir a dependência de milho.
Todos os anos,
cerca de quatro milhões de toneladas de milho saem do Centro Oeste ou de outros
países para abastecer as cadeias produtivas de suínos, aves e leite em
Santa Catarina. Segundo o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e
do Desenvolvimento Rural, Ricardo de Gouvêa, a produção de outros cereais para
complementar a ração animal pode ser um passo importante para garantir a
competitividade do agronegócio catarinense em longo prazo. “Além disso, os
produtores rurais terão uma renda extra, aproveitando as lavouras também no
período de inverno”, ressalta.
O
uso de cereais de inverno, como o trigo, cevada e aveia, para alimentação
animal não é novidade, essa já é uma prática comum em outros países e que pode
ser aplicada também em Santa Catarina. Embora no Brasil não existam
cultivares desenvolvidas especificamente para produção de ração, os
agricultores poderão utilizar algumas sementes já disponíveis para outras
finalidades.
No
caso da cevada, por exemplo, quando o cereal não obtiver o padrão para produção
de malte pode ser utilizado para compor a ração. O mesmo acontece com o trigo,
que pode ser usado tanto para a panificação ou para alimentação animal.
“Existem terras que não são aproveitadas no inverno em Santa Catarina e
os produtores estão ansiosos para obter uma alternativa de renda. São áreas
ociosas que podem ser aproveitadas para plantação de cereais de inverno”,
destaca o presidente da Coocam, João Carlos Di Domenico (Paco).
O
secretário Ricardo de Gouvêa explica ainda que este é um programa com
resultados a longo prazo e que envolve vários elos da cadeia produtiva.
“Estamos trabalhando com representantes de vários setores para analisarmos o
cultivo dos cereais de inverno e a conversão alimentar. Há um entendimento das
agroindústrias e das cooperativas de que esse é um plano viável para Santa
Catarina. É importante aproveitarmos essas discussões envolvendo representantes
de produtores, cooperativas, iniciativa privada e técnicos da área para
evoluirmos e fomentarmos novas culturas no estado. O que pode ser rentável
tanto para o produtor quanto para a cadeia produtiva de carnes e leite”,
afirma.
O incentivo para
produção de cereais de inverno vem complementar as outras ações desenvolvidas
pelo Estado para aumentar o fornecimento de insumos. Santa Catarina trabalha
para viabilizar a Rota do Milho, trazendo o grão do Paraguai diretamente para o
Oeste, além de executar o Programa Terra-Boa, que apoia a produção de milho de
alta qualidade.
Milho em
Santa Catarina
O milho é
fundamental para abastecer as cadeias produtivas de proteína animal
instaladas em Santa Catarina. O estado é o maior produtor nacional de
suínos, segundo maior produtor de aves e se destaca também na produção de
leite. Isso levou o agronegócio catarinense a um consumo de 7 milhões de
toneladas de milho por ano, com uma produção média de 3 milhões de toneladas.
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