Sistema de inteligência artificial de SC poderá medir febre das pessoas à distância
Projeto da empresa Opto, de São Carlos, no Oeste de Santa Catarina, será desenvolvido em parceria com o Instituto SENAI de Sistemas Embarcados, de Florianópolis; outro projeto prevê a criação de um spray antiviral, com a participação da Weg Tintas; o Edit

28/04/2020 - 14h08

Uma plataforma de software de visão computacional e inteligência artificial para a detecção à distância de pessoas febris, proposto por uma empresa catarinense, é um dos 25 projetos de inovação aprovados no Edital de Inovação daIndústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na categoria Missão Covid-19. O sistema vai utilizar câmeras termais para identificar pessoas com febre e enviar um alerta para que ela seja encaminhada aos serviços de saúde. A ideia é que a plataforma monitore ambientes industriais e comerciais, permitindo uma retomada segura das atividades produtivas no país e maior controle da covid-19. Idealizado pela Opto, empresa localizada em São Carlos, no Oeste de Santa Catarina, o projeto será desenvolvido em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, de Florianópolis.

Em três etapas, o Edital já selecionou 25 projetos na categoria Missão Covid-19, aos quais serão destinados R$ 24,5 milhões aportados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). 

Outra solução escolhida na terceira etapa é o desenvolvimento de um revestimento antiviral de fácil aplicação, por meio de spray, baseado em nanopartículas de prata. O revestimento poderá ser aplicado em superfícies como maçanetas de portas, puxadores de armários, mesas e bancadas, balcões de atendimento, corrimões de escadas e corredores, entre outros. O projeto foi apresentado pela TNS Nanotecnologia e pela Paumar (WEG Tintas) e será realizado em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica, em Curitiba.

15 projetos já haviam sido selecionados

Nas duas etapas anteriores, já haviam sido escolhidos 15 projetos, que propuseram, entre outras medidas, o desenvolvimento de um sistema de desinfecção para transportes públicos com raios ultravioleta do tipo C (UV-C); a fabricação de um monitor de fácil manuseio para diagnóstico rápido de pacientes com deficiência pulmonar e a adaptação de ventiladores pulmonares veterinários para uso por humanos. Ainda serão selecionadas propostas em uma quarta etapa. O Edital de Inovação para a Indústria vai investir, no total, R$ 30 milhões em projetos da categoria Missão Covid-19. Todas as ideias serão desenvolvidas na rede de 27 Institutos SENAI de Inovação e 60 Institutos SENAI de Tecnologia distribuídos pelo país. 

“Neste momento precisamos somar esforços para ajudar no combate ao Covid-19. É essencial apoiar projetos do setor produtivo que possam contribuir com a atual situação de crise do coronavírus. A parceria entre Embrapii, ABDI e SENAI busca trazer bons projetos que apresentem solução de curto prazo. Como instituição ligada ao MCTIC e MEC, a Embrapii tem buscado apoiar o máximo possível a inovação na indústria”, afirma o diretor de Planejamento e Gestão da Embrapii, José Luis Gordon.

“Um dos diferenciais dos Institutos SENAI de Inovação é a capacidade de apoiar a indústria nacional a desenvolver soluções inovadoras de forma rápida e em escala nacional”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. ”A rede conta com a parceria da Embrapii, que tem o mecanismo de financiamento de projetos inovadores mais ágil e desburocratizado do país, e da ABDI no fomento de projetos e na articulação de mecanismos de apoio à inovação. As parcerias são fundamentais para superarmos o grande desafio colocado pelo novo coronavírus”, completa.

“Nesta etapa da ação Missão Covid-19, a parceria SENAI-ABDI-Embrapii seleciona projetos robustos e de grande potencial para contribuir com as medidas de combate, diagnóstico da doença e tratamento dos pacientes. Em pouco tempo, as soluções poderão ajudar a conter a pandemia e trazer um cenário de maior segurança para os brasileiros”, afirma o presidente da ABDI, Igor Calvet.

SENAI atua em quatro frentes

O SENAI pôs sua infraestrutura a serviço do combate à pandemia de coronavírus em quatro frentes: 1) detecção e diagnóstico, por meio do apoio à maior produção de testes para detecção do vírus; 2) prevenção, com ajuda à fabricação de equipamentos de proteção individual (EPI); 3) tratamento de doentes, ao trabalhar na manutenção de respiradores mecânicos parados e 4) apoio à fabricação e desenvolvimento de novos equipamentos.

Os Institutos do SENAI possuem pesquisadores qualificados, equipamentos e infraestrutura de vanguarda para desenvolvimento de produtos e processos inovadores, assim como para a oferta de serviços de consultoria e metrologia. Desde que a rede de 27 Institutos SENAI de Inovação foi criada, em 2013, mais de R$ 1 bilhão foram aplicados em 1.086 projetos concluídos ou em execução. A estrutura conta com mais de 700 pesquisadores, sendo que cerca de 44% possuem mestrado ou doutorado. Atualmente, 12 centros são unidades Embrapii, e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação. A rede de 60 Institutos SENAI de Tecnologia, que começou a ser implantada nos anos 1990, possui corpo técnico de cerca de 1.200 especialistas e consultores que prestam serviços buscando melhorar a qualidade de produtos e serviços, a produtividade e a competitividade dos negócios. 

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