Segundo o Dicionário Oxford Languages, história é o conjunto de conhecimentos relativos ao passado e sua evolução, segundo o lugar, a época, o ponto de vista.
Quando se fala em história do Clube Esportivo Guarani, o nome Sirillo Damian vem logo à tona. No dia 07 de setembro de 1947, um grupo de abnegados cidadãos de São Miguel do Oeste batia o martelo para a criação do Clube Esportivo Guarani.
Em meio aos sócios
fundadores, e membro da primeira Diretoria, estava o nome de Sirillo Damian.
Residindo em São Miguel do Oeste até hoje, Seu Sirillo é memória viva de nossa
cidade e de nosso clube. Nesse sábado, dia 12, ele completa 96 anos de idade.
Com presteza, ofereceu uma parte de seu acervo fotográfico para ilustrar as lembranças, desde os primórdios do clube, dentro e fora de campo. Repassou, inclusive, a primeira relação de sócios do Guarani. Os 34 nomes pioneiros foram: Aurélio Canzi, Waldemar Rangrab, Avelino de Bona, Sirillo Damian, Laurindo Schacker, Arly Barichello, Orlando J. Neis, Elio Q. Schreiner, Ovídio C. Neis, Tadeu Bregola, Theobaldo Dreyer, Noé Lajus, Antonio Molin, Heitor L. Stringhini, João Bernat, Guilherme José Missen, Rineu Gransotto, Walnir Bottaro Daniel, Luiz Daniel, Guerino Luzzi, Orlando Marzani, Lauro Greff, Artur Schmith, Alcibíades Mariani, Nadyr Bertuol, Oswaldo Coelho, Batista Scandolara, Ernesto Beno Dresch, José Zanin, Oreste Dal Magro, João Manto, Ampélio Veroneze, Guerino Telló e Arno Schwambach.
Na época, era cobrado dos
interessados em associar-se o valor de Cr$ 1,00 (um cruzeiro) por mensalidade.
Chegada a Vila Oeste e a história no Guarani
Nascido em Guaporé (RS), a 12 de setembro de 1924, Sirillo Damian chegou a
Vila Oeste em 1944, três anos antes da fundação do Guarani. Com a esposa
Paulina Minossi (in memorian) teve três
filhas: Maria de Lourdes, Ieda e Loide. Trabalhou no primeiro moinho da
localidade, pertencente a Colonizadora Barth, Annoni e Cia. Ltda. Foi também
taxista. Segundo o relato de Seu Sirillo, algumas pessoas reuniam-se para
praticar futebol, e começaram a organizar-se para oficializar um clube, até
efetivar a criação do Clube Esportivo Guarani. E inclusive recorda que a ideia
do nome Guarani veio em conjunto entre ele, Guerino Luzzi e Oswaldo Coelho,
fazendo menção à relação com a mata e a natureza, apesar de por aqui não
existir população da tribo Guarani.
Os primeiros treinos e jogos eram no campo onde está hoje situada a Praça
Walnir Bottaro Daniel, e no antigo campo Municipal (atual Crea). Damian, que
jogava como “half direito” (meia direita) lembra de alguns dos companheiros de
time: os irmãos Balbinott, Chico da Faro, Bruno Dannebroch, Antônio Dreyer,
Emílio Marquardt, dentre outros queridos colegas de time. Inclusive, Padre
Aurélio Canzi também jogava. E de batina.
Então Padre Aurélio doou o terreno onde hoje localiza-se o estádio com seu
nome. A área onde hoje está o Ginásio foi doada pelo empresário Daniel
Baldissera. Os trabalhos para construção do campo contaram com a colaboração da
Prefeitura, da Sicam, da Faro, empresas que cediam maquinário e mão-de-obra,
concretizando o sonho da construção do estádio próprio.
Seu Sirillo fez parte de diretorias do Guarani por mais de 30 anos. E um
fato marcante foi quando à serviço do clube, por acidente, acabou sendo
atingido por um tiro na perna esquerda, tendo corrido sério risco de perder o
membro. A cirurgia teve que ser realizada em Porto Alegre.
Aos 96 anos, o pioneiro deixa a mensagem de que tudo valeu a pena, hoje com as filhas todas consolidadas, tendo o carinho de todas, e considera que não tenha inimigos. Para ele, “ninguém pode dizer que todos os dias são bons, há os dias bons e os ruins”, mas sente-se satisfeito pelo que pôde fazer.
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