Trinta vacinas estão na fase de testes em humanos

Cientistas de todo o mundo correm contra o tempo em busca de uma vacina eficaz contra o coronavirus

Cientistas de todo o mundo correm contra o tempo em busca de uma vacina eficaz contra o coronavirus

23/08/2020 - 08h30

Cientistas de todo mundo estão em uma verdadeira corrida contra o tempo para encontrar uma candidata a vacina eficaz no combate à pandemia do novo coronavírus. Segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 169 pesquisas estão em desenvolvimento e ao menos 30 delas já foram registradas em fase clínica, que é a etapa de teste em humanos.

Antes de ser liberada para a população, uma vacina tem que passar por três fases de ensaios clínicos que comprovam sua segurança e eficácia. A cada etapa, mais voluntários são recrutados e os resultados dos testes são analisados pelos pesquisadores para garantir que uma vacina possa ser licenciada.

FASE 1

É uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, ela é feita com um número reduzido de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo. Ela é aplicada em dezenas de participantes.

FASE 2

Na segunda fase, o estudo conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada em pessoas com características semelhantes àquelas para as quais ela é destinada. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada.

FASE 3

Ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Apenas depois desta fase é que se pode fazer um registro sanitário.

4 TIPOS DE VACINA

Há quatro tipos de vacinas que são estudadas atualmente para o novo coronavírus: a genética, a viral, a de proteína e a de vírus inativado. Cada uma delas tem uma forma diferente de induzir o sistema imunológico a se proteger da infecção pelo Sars-Cov-2.

VACINA GENÉTICA

Esse tipo de vacina usa parte do material genético do vírus para estimular o corpo a produzir defesa contra o Sars-Cov-2. É o caso das vacinas da Moderna, nos EUA e da BioNTech/Pfizer, feita em parceria por empresas da Alemanha e dos EUA – que estão na terceira e última fase de testes.

MODERNA/NIAID

A vacina mRNA 1273 é feita como RNA mensageiro (mRNA), capaz de codificar a proteína S da coroa do vírus, e o introduz no corpo com a ajuda de uma nanopartícula de gordura para induzir a proteção natural do corpo. A vacina recebeu autorização do FDA (equivalente à Anvisa dos EUA) para a antecipação da Fase 3.

BIONTECH/PFIZER

A candidata BNT162 também usa o mRNA para codificar proteínas virais. Ela começou a ser testada na Fase 3 no final de julho e a Pfizer disse que espera receber autorização de emergência dos EUA para a produção da nova vacina já em outubro. A farmacêutica disse ter capacidade de distribuir até 20 milhões de doses até o final de 2020.

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