Em conjunto com centros de pesquisa de diversos países, a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aderiu ao estudo para testar a
eficácia de vacina contra o vírus HIV, que interfere na capacidade do organismo
de combater infecções. Trata-se do estudo Mosaico, que vai avaliar dois
imunizantes projetados para fornecer proteção contra diferentes variedades do
vírus em todo o mundo.
O professor da Faculdade de Medicina Jorge Andrade Pinto,
coordenador do Grupo de Pesquisa em HIV/Aids em Crianças, Adolescentes e
Gestantes e responsável pelos testes em Minas Gerais, explicou em vídeo para a
UFMG as características da vacina e das etapas da pesquisa.
“O estudo Mosaico é um estudo de fase três de eficácia, que
busca responder às seguintes perguntas: a vacina nessa população é segura? Há
algum desconforto ou reação adversa? A vacina é capaz de produzir uma resposta
imune, efetiva e protetora contra o HIV? E por último se essa vacina é,
portanto, capaz de prevenir infecção na população vacinada?”.
O coordenador do estudo explicou ainda qual é o tipo de
imunizante. “São duas vacinas, uma vacina é de vetor viral contendo um vetor
que é o adenovírus, em que são inseridos os componente imunogênicos do HIV, e
uma vacina de proteína - de sequências proteicas do HIV”.
Segundo Pinto, o estudo de fase três é um estudo duplo cego.
“Nem a pessoa que está recebendo, nem a pessoa que aplica a vacina sabe qual
está recebendo. Um grupo será vacinado e outro recebe um placebo, que é uma
substância inerte que serve como grupo de comparação”.
No Brasil, a pesquisa vai recrutar participantes em cinco
capitais. Além de Belo Horizonte, por meio da Faculdade de Medicina da UFMG, o
ensaio clínico será realizado em São Paulo (Hospital das Clínicas da USP), no
Rio de Janeiro (Fiocruz e Hospital Geral de Nova Iguaçu), em Manaus (Fundação
Medicina Tropical) e Curitiba (Centro Médico São Francisco).
O estudo é parte de iniciativa desenvolvida pela HIV Vaccine
Trials Network (HVTN) – financiada pela farmacêutica Janssen - e pelo National
Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos. Serão 3,8 mil recrutados homens
gays ou bissexuais e pessoas transgênero entre 18 e 60 anos, HIV negativo, não
usuários de profilaxia pré-exposição (PrEP) e que não apresentem comorbidades
que contraindiquem o uso da substância a ser testada.
“Este é um estudo de longa duração, de cerca de 3 anos de
acompanhamento, então é necessário que os voluntários que estejam interessados
estejam dispostos também a permanecer neste segmento por esse período. O estudo
mosaico será realizado no Brasil e também nos Estados Unidos, na América
Latina, na Europa e busca, com isso, refletir a diversidade geográfica do vírus
HIV”, finalizou o coordenador do estudo no Brasil.
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