O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS),
Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira, 10, que as vacinas
contra a covid-19 na linha de frente das pesquisas em andamento seguirão para
testes clínicos "em breve". Ele não mencionou, porém, prazos ou
expectativas para uma eventual vacina eficiente para a doença.
Durante entrevista coletiva da
entidade, Ghebreyesus disse que há "mais de 37 países" envolvidos no
ensaio clínico Solidariedade da OMS, inclusive da América Latina.
No caso das vacinas, ele notou
que a entidade não tolerará qualquer teste direcionado para alguma população ou
país como "cobaia", mas buscará garantir que os protocolos sejam
usados e aplicados da mesma maneira em todas as nações envolvidas.
Em outro momento, o
diretor-geral pediu que exista um compromisso político dos países para que,
quando uma vacina for encontrada, ela esteja disponível para todos.
China
Diretor executivo da OMS,
Michael Ryan foi questionado sobre um estudo da Escola de Medicina de Harvard,
segundo o qual o novo coronavírus poderia ter surgido antes do que se sabe na
China. "Não há evidência per se do que o que foi suposto de fato
ocorreu", afirmou Ryan sobre o assunto.
O estudo usava imagens de
satélite para monitorar o tráfego em seis hospitais de Wuhan, epicentro da
pandemia, e descobriu um aumento significativo do tráfego nesses centros a
partir de agosto, com pico em dezembro.
Ryan disse que a investigação
mostrava um uso interessante de informações do tipo, mas pediu "cautela
quando se faz essas associações" de que a covid-19 teria então surgido
antes.
O diretor executivo disse que já houve análise exaustivas sobre as informações
disponíveis sobre o novo coronavírus, para buscar as respostas sobre ele, mas
disse que a OMS não "especularia" sobre essas conclusões do estudo
citado.
O governo da China rejeitou na
terça a conclusão da pesquisa.
UTIs
Ryan afirmou que há
"muitas outras considerações que devem ser feitas", além da taxa de
ocupação de UTIs, para se decidir sobre o relaxamento da quarentena, diante da
pandemia de coronavírus. "Se tivesse 1 milhão de leitos de UTI, está tudo
bem se tiver 1 milhão de pacientes em estado grave?", questionou, durante
entrevista coletiva da entidade.
Ele admitiu que muitos países
"enfrentam escolhas muito difíceis" nesse processo de reabertura e
também lembrou o impacto econômico com as medidas de distanciamento social.
Ryan lembrou ainda que muitos
países tiveram de recorrer às quarentenas por estarem em um quadro de rápida
disseminação da doença e sem controle sobre por onde exatamente o vírus
circulava.
Além disso, apontou que as
nações escolheram estratégias distintas, com mais ou menos controle da
população. Segundo ele, os países que agiram mais cedo e de modo abrangente
tenderam a fazer menos quarentenas rígidas para proteger seus sistemas de
saúde. "O tempo dirá quem fez isso na hora certa e na melhor
combinação", disse.
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