Divulgação
A concentração de
despachos aduaneiros em Dionísio Cerqueira para cargas com tratamento
tributário diferenciado (TTD) criou embaraços na estrutura alfandegária e
motivou um acordo para flexibilizar as importações de Santa Catarina, de
produtos vindos do Mercosul. O entendimento solicitado pelo setor produtivo
reduz o percentual de obrigatoriedade de cargas desembaraçadas no porto seco
catarinense, mas será revisto na medida em que a estrutura física e de pessoal
garantir mais velocidade no processo.
A mudança por
medida provisória (MP) deve ser convertida em lei na Assembleia Legislativa,
até 10 de junho, e o governo editou decreto regulamentando regras que devem
exigir o percentual de 20% das importações pela aduana de Dionísio Cerqueira
para produtos beneficiados pelo TTD. Caso o contribuinte não cumpra com esse
percentual, perderá o benefício e será tributado sobre todo o valor importado.
“Esse
encaminhamento reflete o consenso entre as partes interessadas, em função de
dificuldades operacionais registradas na aduana, especialmente na área da
estrutura da fiscalização federal”, pondera o presidente da Assembleia,
deputado Mauro De Nadal (MDB). “A região de Dionísio Cerqueira vê o incentivo à
aduana como uma oportunidade de desenvolvimento. Daí a importância de se fixar
prazos para reavaliar a estrutura”.
Os entendimentos
foram definidos nesta terça-feira, em reunião na presidência com participação
do secretário da Fazenda Cleverson Siewert, equipe técnica e representações de
entidades empresariais, entre os quais o presidente da Fiesc, Mário Aguiar, e o
presidente da Facisc, Elson Otto. Também participaram de forma virtual o
prefeito de Dionísio Cerqueira Thyago Gnoatto (MDB) e o diretor local da
Multilog Marcos Godoy Perez.
Histórico – O limite percentual de 20% de ingresso obrigatório de cargas com vantagens tributárias pelo terminal da empresa Multilog, em Dionísio Cerqueira, representa, com base em dados da Secretaria da Fazenda, mais que o dobro do movimento aduaneiro registrado nos anos de 2022 e 2023.
O terminal passou a
operar em janeiro como única fronteira seca para despachos de produtos
beneficiados com TTD destinados a Santa Catarina, à exceção das importações
vindos do Uruguai. A logística foi prejudicada pela falta de estrutura dos
órgãos federais que fazem o desembaraço de cargas, especialmente do Ministério
da Agricultura e Vigilância Sanitária (Anvisa). Transportadores foram
penalizados com espera de dias para a liberação de cargas.
O benefício do TTD
no despacho aduaneiro pelo porto seco foi um longo processo de conquista para o
município e a região do extremo Oeste. Agora, o limite mínimo será avaliado
pela Fazenda a cada quadrimestre. A empresa Multilog, responsável pelo terminal
alfandegário, promete ampliar seus investimentos para melhorar a
infraestrutura.
A pressão pelo
aumento de equipes na vigilância sanitária deve acelerar a velocidade de
liberação de cargas. Mais de 80% dos produtos vindos da Argentina e Chile
dependem dessa fiscalização. Em 2024, a pauta de importações vindas desses
países destaca produtos como salmão, batatas, inseticidas, leite integral,
vinhos, queijos e frutas. Em 2024, essas importações já representam R$ 455
milhões, até o final de abril.
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