Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Sete anos após o
início das negociações, Brasil e Estados Unidos assinaram acordo de
reconhecimento mútuo (ARM), o que oficializa a parceria entre os programas de
operador econômico autorizado (OEA), empresas que atuam diretamente no comércio
exterior. A partir de agora, companhias brasileiras certificadas como OEA serão
reconhecidas como mais seguras e de menor risco e, consequentemente, cairá o
percentual de inspeções das exportações brasileiras para o país
norte-americano.
Com o acordo, as
alfândegas dos países reconhecem empresas que operam a cadeia logística
internacional com garantia da segurança das cargas e as normas tributárias e
aduaneiras. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil,
destino de cerca de 14% das exportações brasileiras, segundo o governo
federal.
“Esse acordo é
importante pois reduz o que chamamos custos de transação, que são os custos que
agilizam as exportações. Uma vez que o acordo é feito, empresas que operam
neste mercado internacional conseguem ter previsibilidade de movimentação de
cargas, ter mais facilidade para movimentar o comércio. Deve, sim, ter efeitos
sobre exportações e importações”, avalia o economista Renan Pieri.
De acordo com o
Ministério da Economia, nos últimos três anos, empresas do Programa OEA foram
responsáveis por 17% das exportações para os Estados Unidos.
Superávit na
balança comercial
O saldo das
exportações e importações brasileiras foi positivo em agosto. Ao final de 2022,
o Brasil deve ter um dos maiores superávits do mundo, segundo avaliação do
economista César Bergo. No oitavo mês do ano, a balança comercial brasileira
fechou com saldo positivo de US$ 4,16 bilhões, de acordo com dados divulgados
pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. O
resultado elevou o saldo positivo acumulado de 2022 para US$ 44,05 bilhões.
“As exportações vêm
batendo recorde mês a mês. O superávit vem somando a projeção de US$ 80 bilhões
até o final do ano, basicamente é um dos maiores do mundo. Os números da
balança são excelentes, sobretudo no que diz respeito ao setor de agrobusiness,
que tem correspondido bastante”, destaca Bergo.
O número positivo é
reflexo da soma das exportações, que cresceram 8,4% e chegaram a US$ 30,84
bilhões, e das importações, que subiram 30,5% e alcançaram US$ 26,68 bilhões.
Esse foi o maior valor das exportações para o oitavo mês do ano, segundo a
Secex.
De acordo com a
Secex, o crescimento das exportações em agosto foi puxado pelo aumento dos
volumes embarcados, principalmente da indústria de transformação (+15,7%), mas
também da agropecuária (+10,7%). Os dois segmentos também apresentaram alta nos
preços dos produtos vendidos, o que elevou os valores exportados.
Para Renan Pieri, o
bom desempenho da balança se deve à estabilidade do real. “Se deve a uma certa
estabilidade da moeda nacional, que parou de se valorizar como aconteceu em
2021, e principalmente pela valorização no preço das commodities. O Brasil como
exportador de commodities se beneficia desse ciclo em que os produtos ficaram
mais valorizados no mercado internacional”, avalia.
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