O presidente Jair
Bolsonaro afirmou na manhã desta sexta (7) que foi dado o primeiro passo para uma moeda única para o Brasil e
a Argentina, que se chamaria peso real.
“Paulo Guedes nada mais
fez do que dar um primeiro passo para um sonho de uma moeda única na região do
Mercosul, peso real”.
O presidente deu o exemplo da moeda única da União Europeia: “Como aconteceu o euro lá atrás, pode
acontecer o peso real aqui”.
Bolsonaro afirmou que o
responsável pela ideia é o ministro da Economia: “Já falei para vocês que meu
forte não é economia. Nós acreditamos no ‘feeling’ (intuição), na bagagem, no
conhecimento e no patriotismo do Paulo Guedes.”
Ao ser perguntado se uma moeda única com a Argentina não implicaria um
preço para o Brasil, o presidente disse que “em todo casamento alguém perde
alguma coisa e ganha outras”.
Para Guedes, são os argentinos que
querem
A ideia interessa mais aos argentinos, segundo o ministro Paulo Guedes.
“Quem está querendo são
eles, os argentinos estão animadíssimos. Nós estamos pensando, conversando e
conjecturando. Eles abraçaram, aparentemente, a ideia”, disse ele em Buenos Aires.
Ele ressaltou que é preciso haver uma convergência de políticas. “Mas a
Argentina, parece, vai zerar o déficit este ano. O Brasil está com um déficit
pior ainda.”
Banco Central diz que não há estudos
O Banco Central havia publicado uma nota em que informa que não há
projetos ou estudos sobre o tema, horas antes de o presidente Bolsonaro falar
sobre o assunto.
A instituição, que é responsável pela política monetária do Brasil, diz
que “há tão somente, como é natural na relação entre parceiros, diálogos sobre
estabilidade macroeconômica, bem como debates acerca de redução de riscos e
vulnerabilidades e fortalecimento institucional”.
Ministros já discutiram integração em
abril, segundo mídia argentina
Relato no jornal argentino “La Nación” diz que uma unificação monetária
já foi discutida antes.
O diário não informa quem passou as informações –a história é atribuída a pessoas próximas ao ministro da Economia da Argentina, Nicolás Dujovne, sem citar nomes ou cargos.
Dujovne teria participado de um encontro no Rio de Janeiro em que o tema
foi discutido no dia 26 de abril.
As negociações, segundo o “La Nación”, começaram ainda antes, em
Washington, nos EUA, quando Guedes e Dujovne se encontraram em uma assembleia
do Fundo Monetário Internacional.
Segundo o relato do jornal, o servidor público do Ministério da Economia
argentino teria justificado a coerência da ideia com características parecidas
dos dois países. Brasil e Argentina estariam expostos aos mesmos choques de preços
–principalmente de commodities.
Além disso, a existência de duas moedas diferentes seria um entrave ao comércio bilateral.
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