O Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobras assinaram nesta
terça-feira (11) o Termo de Compromisso de Cessação (TCC) proposto para
encerrar uma investigação por suposto abuso econômico da estatal
no mercado de refino de petróleo. A Petrobras tem até o fim de 2021 para fazer
a venda das refinarias.
Os termos do TCC foram aprovados pelo tribunal do Cade por maioria dos
votos na sessão desta terça. O acordo encerra a investigação no Cade, mas não
configura confissão de culpa da Petrobras.
A proposta, apresentada pela Petrobras para encerrar a investigação,
prevê a venda de oito das 13 refinarias da empresa.
As oito refinarias que constam no acordo são as mesmas cujas vendas o
Conselho de Administração das Petrobras aprovou em abril. Essas refinarias
totalizam capacidade de refino de 1,1 milhão de barris por dia. São elas:
-Refinaria Abreu e Lima
-Unidade de Industrialização do
Xisto
-Refinaria Landulpho Alves
-Refinaria Gabriel Passos
-Refinaria Presidente Getúlio Vargas
-Refinaria Alberto Pasqualini
-Refinaria Isaac Sabbá
-Lubrificantes e Derivados de
Petróleo do Nordeste
O acordo também prevê que algumas refinarias não poderão ser adquiridas
por um mesmo comprador ou empresas:
-Refinaria Landulpho Alves e
Refinaria Abreu e Lima;
-Refinaria Presidente Getúlio Vargas
e Refinaria Alberto Pasqualini;
-Refinaria Gabriel Passos e Refinaria
Landulpho Alves.
Argumentos
Os conselheiros contrários ao acordo argumentaram que o Cade não tem
condições de avaliar se a venda das oito refinarias será suficiente para
garantir a concorrência no setor.
O presidente do Cade, Alexandre Barreto de Souza, afirmou que, apesar
dos votos contrários, mantém o entendimento de que o acordo é uma
"vitória" para a defesa da concorrência.
Concorrência
Mais cedo, durante audiência na Câmara dos Deputados, o presidente da
Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu a venda de refinarias da empresa para
ampliar a concorrência no mercado.
Na audiência, Castello Branco afirmou que o fato de a Petrobras deter
98% do mercado de refino no país cria situações "absurdas", como a
falta de gasolina de aviação porque a refinaria da empresa parou para
manutenção.
“Isso é um absurdo, não pode acontecer, mas aconteceu porque, no fundo, tem uma empresa que detém esse monopólio. Monopólio é inaceitável em uma sociedade livre”, disse. “Esse problema não se verificaria se houvesse competição no Brasil. A Petrobras não seria o único fornecedor de gasolina de aviação, não ficaríamos na dependência de uma única refinaria e esse problema não aconteceria”, afirmou.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook