Foto: Alina Souza / CP Memória
Além do risco de racionamento de energia e
apagões, o governo federal terá de lidar com a pressão nas contas de luz em
2022 - ano de corrida eleitoral. Cálculos preliminares da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) indicam que as tarifas de energia podem subir, em
média, 16,68% no ano que vem, principalmente por causa da crise hídrica que o
País enfrenta atualmente. A estimativa foi apresentada ontem pelo
superintendente de Gestão Tarifária da agência reguladora, Davi Antunes Lima,
em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara.
Segundo ele, diversos fatores devem contribuir para a alta nas
tarifas. Com o agravamento da crise hídrica, a Aneel estima que os valores
pagos pelos consumidores por meio das bandeiras tarifárias não serão
suficientes para fazer frente aos custos com o uso de usinas térmicas - e esses
custos deverão ser repassados aos consumidores em 2022, mas com incidência de
juros. A previsão é de que a chamada Conta Bandeiras feche o ano com rombo de
R$ 8 bilhões.
Pesam também os custos das medidas aprovadas pela Câmara de Regras
Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), que somariam entre R$ 2,4
bilhões e R$ 4,3 bilhões, segundo a Aneel. A alta do dólar, que impacta o valor
da energia da Itaipu Binacional, e o reajuste de contratos antigos de 17
distribuidoras atrelados ao IGP-M também devem pressionar as tarifas. De julho
de 2020 a junho de 2021, o indicador subiu 35,75%.
Antunes reconheceu que as tarifas estão pressionadas e afirmou que
a agência reguladora já analisa medidas para mitigar os impactos nas tarifas no
ano que vem. "A meta que a Aneel tem este ano, que é logo depois da
pandemia, um ano bastante difícil tanto do ponto de vista do consumidor quanto
do ponto de vista da crise energética, é buscar reajustes tarifários inferiores
a dois dígitos", disse.
Na tentativa de atenuar os reajustes, a agência estuda uma série
de medidas, entre elas antecipar para 2022 o aporte de recursos da privatização
da Eletrobras para reduzir os encargos pagos pelos consumidores, que somariam
R$ 5 bilhões, e postergar novamente o pagamento da parcela de remuneração das
distribuidoras.
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