Conta de luz pode subir quase 17%, estima agência

Foto: Alina Souza / CP Memória

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17/08/2021 - 06h35

Além do risco de racionamento de energia e apagões, o governo federal terá de lidar com a pressão nas contas de luz em 2022 - ano de corrida eleitoral. Cálculos preliminares da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que as tarifas de energia podem subir, em média, 16,68% no ano que vem, principalmente por causa da crise hídrica que o País enfrenta atualmente. A estimativa foi apresentada ontem pelo superintendente de Gestão Tarifária da agência reguladora, Davi Antunes Lima, em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara.

Segundo ele, diversos fatores devem contribuir para a alta nas tarifas. Com o agravamento da crise hídrica, a Aneel estima que os valores pagos pelos consumidores por meio das bandeiras tarifárias não serão suficientes para fazer frente aos custos com o uso de usinas térmicas - e esses custos deverão ser repassados aos consumidores em 2022, mas com incidência de juros. A previsão é de que a chamada Conta Bandeiras feche o ano com rombo de R$ 8 bilhões.

Pesam também os custos das medidas aprovadas pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), que somariam entre R$ 2,4 bilhões e R$ 4,3 bilhões, segundo a Aneel. A alta do dólar, que impacta o valor da energia da Itaipu Binacional, e o reajuste de contratos antigos de 17 distribuidoras atrelados ao IGP-M também devem pressionar as tarifas. De julho de 2020 a junho de 2021, o indicador subiu 35,75%.

Antunes reconheceu que as tarifas estão pressionadas e afirmou que a agência reguladora já analisa medidas para mitigar os impactos nas tarifas no ano que vem. "A meta que a Aneel tem este ano, que é logo depois da pandemia, um ano bastante difícil tanto do ponto de vista do consumidor quanto do ponto de vista da crise energética, é buscar reajustes tarifários inferiores a dois dígitos", disse.

Na tentativa de atenuar os reajustes, a agência estuda uma série de medidas, entre elas antecipar para 2022 o aporte de recursos da privatização da Eletrobras para reduzir os encargos pagos pelos consumidores, que somariam R$ 5 bilhões, e postergar novamente o pagamento da parcela de remuneração das distribuidoras.

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