Os maiores frigoríficos do Brasil, JBS e BRF,
avaliam que a disseminação de um coronavírus
na China pode ajudar a impulsionar a demanda chinesa por
seus produtos, ao levantar preocupações quanto à segurança alimentar no país.
Um executivo, no entanto, disse à Reuters que as vendas podem
ser prejudicadas por demandas agressivas de compradores chineses por descontos.
O presidente da BRF, Lorival Luz, afirmou que a
epidemia pode aumentar vendas de produtos de carne congelados e processados na
China "por motivos de segurança alimentar".
"Lembre-se que o vírus supostamente teve início
em um mercado na China onde eram vendidos animais vivos", disse Luz, nos
bastidores de um evento em São Paulo na quarta-feira (29) .
"Todos produtos de carne congelada e processada
da BRF passam por checagens de segurança no Brasil antes de serem exportados
globalmente."
O novo coronavírus identificado recentemente na China
já matou mais de 130 pessoas e espalhou-se por mais de uma dezena de países,
gerando nervosismo nos mercados globais.
Acredita-se que o vírus teve origem no final do ano
passado em um mercado na cidade chinesa de Wuhan que vendia animais silvestres
de maneira ilegal.
O presidente da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou durante o mesmo evento em São
Paulo que a China elevou importações de carne durante a epidemia de Sars nos
anos 2000.
As importações chinesas de carne brasileira já
saltaram recentemente após um surto de peste suína africana que dizimou o
rebanho de porcos do país.
Tomazoni disse esperar que os impactos da peste suína
sobre o mercado global de carnes tenha seu auge em 2020.
Renegociações
A JBS e o WH Group, de Hong Kong, assinaram acordo nesta
semana que prevê abastecimento do mercado chinês com até R$ 3 bilhões (US$ 717
milhões) em carne bovina, de frango e suína por ano. Os produtos do grupo WH
são comercializados em cerca de 60 mil localidades na China.
Mas uma recente pressão de compradores chineses para
negociar preços mais baixos pela carne brasileira pode complicar vendas no
curto prazo, reduzindo os lucros de exportadores brasileiros nesse horizonte.
Essas renegociações podem prejudicar as vendas à China
nas próximas semanas, após algumas empresas terem aceitado em cortar preços em
entre US$ 1.000 e US$ 2.500 por tonelada, disse o presidente da JBS.
Tomazoni afirmou que ouviu que importadores chineses estavam
buscando negociar preços menores, mas não confirmou se a JBS tem mantido
negociações como essas. Ele disse que a JBS pretende construir relacionamentos
de longo prazo na China para estabilizar os preços.
"Em relações comerciais de longo prazo, há ganhos
e perdas", afirmou.
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