No último domingo
(3), Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira das Clínicas de
Vacinas, afirmou que a entidade está tentando adquirir 5 milhões de doses da
vacina Covaxin, feita na Índia. A ideia é que o imunizante seja comercializado
por clínicas particulares.
Pouco conhecida dos
brasileiros, a vacina indiana já foi aprovada para uso emergencial em seu país
de origem, mas está cercada por polêmicas. Especialistas apontam que ainda não
há qualquer dado de eficácia publicado e criticam a falta de transparência do
processo.
O imunizante
indiano está entre os cogitados para o programa de vacinação do governo
brasileiro, que afirma já ter assinado memorando de entendimento com a Bharat
Biotech, responsável pela fórmula. A farmacêutica, no entanto, ainda não teria
respondido sobre a quantidade de doses disponíveis ou definido uma data para a
entrega.
A Covaxin funciona
com um vetor inativado, ou seja, usa o próprio coronavírus manipulado em
laboratório para que ele não consiga se reproduzir dentro do organismo. Uma vez
que o corpo reconhece o invasor, cria uma defesa específica e, caso o paciente
seja exposto novamente ao patógeno, seu organismo já saberá como agir.
A farmacêutica
Bharat Biotech começou os testes de fase 1 e 2 em julho de 2020. O imunizante
está na terceira fase de estudos clínicos na Índia, com 26 mil participantes,
mas não está sendo testado no Brasil.
Esse é um problema
a ser enfrentado pela Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas, caso
consiga concluir a compra: pelas regras da Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), para participar do processo de submissão contínua (que
revisa os dados conforme são liberados e agiliza o processo), é preciso
apresentar resultados de pesquisa obtidos em território brasileiro.
A expectativa da
associação é que os resultados da fase 3 do estudo clínico da vacina sejam
publicados ainda em janeiro e o processo de registro comece em fevereiro.
Segundo a agência Reuters, a eficácia estimada é de mais de 60% em duas doses.
Segundo o Ministério da Saúde, se as clínicas particulares forem
comercializar o imunizante, devem seguir a ordem de vacinação prevista no plano
nacional, dando preferência a profissionais de saúde e idosos, por exemplo.
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