O mês de dezembro é
marcado por uma causa de extrema importância, a luta contra o HIV/Aids, sendo o
dia 1º o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (Aids), doença que já matou milhões de pessoas no mundo,
principalmente nos anos de 1980 e 1990, quando ainda era pouco conhecida, hoje
pode ser evitada com o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento. Além
disso, nos serviços de saúde estão disponíveis gratuitamente diferentes formas
de prevenção à infecção.
A gerente de IST,
HIV/Aids e Doenças Infecciosas Crônicas da Diretoria de Vigilância
Epidemiológica (DIVE), a médica infectologista Regina Valim, lembra que há
exatos 40 anos eram diagnosticados os primeiros casos de Aids no mundo. “Desde
então, vimos muitos avanços científicos que hoje permitem que uma pessoa com
HIV viva normalmente, sem desenvolver a Aids. No entanto, para que isso ocorra,
o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento são essenciais”, explica a
médica.
Recomenda-se que
todas as pessoas sexualmente ativas realizem regularmente testes para a
detecção do HIV. Existem testes rápidos feitos sem a necessidade de estrutura
laboratorial. Eles são práticos, feitos com uma gota de sangue e o resultado
sai em, no máximo, 30 minutos. Com o resultado do teste em mãos, caso a pessoa
esteja infectada, o tratamento é iniciado imediatamente, sem custo algum para o
paciente. “A pessoa que adere corretamente ao tratamento com a ingestão de
medicamentos, não desenvolve a Aids, fica com a carga viral indetectável e não
transmite o HIV para outras pessoas”, ressalta Valim.
Outras formas de prevenção
A camisinha ainda é
o método mais acessível e eficaz para a prevenção do HIV e deve ser utilizada
em todas as relações sexuais. Camisinhas femininas e masculinas estão
disponíveis gratuitamente nos serviços de saúde para toda a população.
Além desse método,
outros dois também podem ser utilizados na prevenção à infecção: a Profilaxia
Pré-Exposição ao HIV (PrEP); e a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP). A PrEP
é indicada para pessoas com parceiros soropositivos, por exemplo, e consiste na
ingestão diária de um comprimido que impede que o HIV infecte o organismo,
antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus. A PEP é indicada para aqueles
que passaram por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha, por
exemplo, e consiste no uso de medicamento em até 72 horas após a exposição,
devendo ser continuado por 28 dias.
Todos os métodos
são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Dados em Santa Catarina
Segundo
levantamento da Dive, houve uma queda no número de diagnósticos de infecções
por HIV em Santa Catarina entre os anos de 2019 e 2020. Em 2019 foram
diagnosticados 2.169 casos contra 1.618 em 2020. Nos dois anos, os homens
aparecem entre os mais infectados e a faixa etária mais acometida é de pessoas
com idade entre 20 e 29 anos, seguido daqueles com 30 a 39 anos.
Com relação aos
casos de Aids também houve redução entre 2019 e 2020. Em 2019 foram
diagnosticados 1.236 casos e 884 em 2020, sendo também os homens os mais
acometidos. A faixa etária com mais diagnósticos está entre 30 e 39 anos,
seguido daqueles com idade entre 40 e 49 anos. Os heterossexuais estão entre os
que mais adoecem.
A redução no número
de diagnósticos, avalia a gerente de IST, HIV/Aids, pode ter relação com a
pandemia, quando menos pessoas procuraram os serviços de saúde. “É importante
que as pessoas façam o teste contra o HIV, ou seja, procurem os postos de saúde
espontaneamente e vejam se são portadores ou não dessa infecção. Sabendo se é
portador você tem tratamento e o tratamento é gratuito e imediato”, finaliza.
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