Com o crescente movimento de imigrantes e refugiados que
chegam ao Brasil e a Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Educação (SED)
passou a oferecer uma alternativa para a integração social e a qualificação
para o trabalho desses novos habitantes. A iniciativa do curso de Língua
Portuguesa para Estrangeiros nos Centros de Educação de Jovens e Adultos
(Cejas) abriu as primeiras turmas no segundo semestre de 2019. São 550 alunos
de países como Haiti e Venezuela, matriculados em 17 cidades em diferentes
regiões do Estado.
“Precisamos apoiar essas pessoas que se veem obrigadas a deixar seu país
em busca de uma nova chance, para que aqui possam dar sua contribuição para o
nosso desenvolvimento social e econômico. A língua é um dos primeiros e maiores
obstáculos encontrados quando estamos em outro país”, argumenta o secretário da
Educação, Natalino Uggioni.
O curso Língua Portuguesa para Estrangeiros cria um ambiente multicultural, relacionando a teoria e a prática, de acordo com as temáticas que integram a realidade dos estrangeiros. As abordagens envolvem culinária, perfil profissional, saúde, entre outros temas.
A partir de histórias reais, serão exploradas as quatro habilidades envolvendo o idioma: leitura, expressão oral, escrita e gramática. A prioridade é para o desenvolvimento da oralidade, com enfoque especial sobre traços marcantes de cultura e cidadania.
Aulas de idioma e de acesso a serviços básicos
O curso é de nível básico e visa facilitar a realização de atividades
cotidianas como: tirar carteira de trabalho, procurar emprego, expressar-se no
posto de saúde, solicitar uma informação, realizar uma operação bancária,
alugar um imóvel, preencher um cadastro, fazer compras e relacionar-se.
O conteúdo da cartilha utilizada para as aulas foi disponibilizado pela
Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados e a cartilha impressa
com recursos da própria Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. O
curso proposto é de 160 horas e está sendo oferecido conforme a demanda
necessária.
Engenheira da Tunísia vê crescimento profissional e pessoal
Senda Mansour é uma imigrante vinda da Tunísia. Formada em Mecatrônica,
aos 26 anos veio para o Brasil, especificamente para Joinville, para fazer um
intercâmbio e ser estagiária de uma empresa multinacional que fabrica eletrodomésticos.
Senda já falava três outras línguas fluentemente - Árabe, Francês e Inglês - e
arriscava um pouquinho de Espanhol. Precisava aprender o Português, mas não
tinha condições financeiras para pagar um curso com o salário de estagiária.
Foi então que alguns conhecidos de outros países que também estavam morando em
Joinville alertaram que o Ceja estava oferecendo o curso gratuitamente. Ela não
pensou duas vezes e se matriculou.
“Estou adorando as aulas e a forma como são dadas, com muita prática e conversação.
Além disso, conviver com pessoas de culturas tão diferentes me faz crescer
muito e ver além do mundo que eu conhecia. Muitos aqui deixaram seus países por
necessidade, muitos refugiados, e conviver com eles nos faz crescer como
pessoa”, disse ela.
Regiões onde há turmas
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