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Após período de
estiagem no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina, o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta para o risco de tempestade na
região devido à formação de um ciclone extratropical a partir desta sexta-feira
(17). Segundo o Instituto, há previsão de ventos intensos de até 100 km/h. As
precipitações podem ser de 50 a 100 milímetros por dia.
O Inmet também
alerta para o risco de queda de granizo, corte na rede elétrica, estragos em
plantações, queda de árvores e alagamentos. A meteorologista do Inmet Andrea
Ramos explica que as chuvas devem chegar ao litoral e avançar para a região
sudeste do país nos próximos dias.
“Tanto sexta-feira
quanto no final de semana, os indicativos são de chuvas com volumes bastante
significativos ao longo do dia e da noite em função da atuação desse ciclone.
Essas chuvas vão cair com pancadas, trovoadas e também rajadas de vento”,
informa.
O Instituto também
comunica a possibilidade da queda acentuada das temperaturas a partir deste
sábado (18) na Região Sul, que vinha enfrentando um período de estiagem. Há a
possibilidade, inclusive, da formação de geadas nas serras gaúcha e catarinense
neste fim de semana.
Estiagem
O Rio Grande do Sul
e parte de Santa Catarina enfrentaram um período de estiagem severa neste
início de ano. O Serviço Geológico do Brasil chegou a informar que a seca
afetou o volume dos rios na região no início deste mês; 14 deles estavam com
níveis abaixo da permanência de 95%.
O ambientalista e
engenheiro agrônomo Charles Dayler explica que a chuva faz uma espécie de
recarga do aquífero subterrâneo, que é como se fosse, a grosso modo, uma caixa
d’água no período de seca. “Ou seja, no período de chuva o solo fica carregado
de água, encharcado, e ao longo do tempo sem chuva, ele [aquífero subterrâneo]
vai liberando de pouco em pouco essa água para o rio”, informa.
O engenheiro
agrônomo complementa que se o período de chuvas for menor, essa reserva de água
fica prejudicada e diminui a vazão do rio, que foi o que ocorreu na região sul
do país. “Também impacta negativamente a agropecuária, pois os produtores
tendem a diminuir a área plantada por conta da falta de água”.
Segundo as
estimativas da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), as perdas nas culturas de
soja e milho por conta da estiagem no Rio Grande do Sul podem chegar a R$ 30
bilhões. No milho, a quebra de safra é de 56%. Já na soja chega a 43%.
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