O crescimento de casos de Covid-19 em todo o país abriu espaço para que um golpe, envolvendo uma suposta pesquisa sobre a pandemia, voltasse a preocupar. Durante as ações, os criminosos prendem a atenção das vítimas, coletando dados e clonando o Whatsapp dos alvos.
Os estelionatários se passam por pesquisadores do Ministério da Saúde enquanto tentam garantir acesso a conversas privadas de seus alvos. O golpe pode ocorrer tanto por ligação como diretamente pelo WhatsApp.
O criminoso entra em contato, pede para confirmar algumas informações e, ao final, diz que a vítima receberá um SMS com um código que deve ser informado para finalizar a pesquisa. Esses números, no entanto, são a confirmação de que o dono da conta pretende trocar o perfil para outro aparelho.
Apesar de parecer elaborado, esse mesmo golpe vem sendo aplicado há algum tempo pelo país, mas com diferentes roupagens. “No começo do ano era a mesma coisa, mas com voucher de restaurante, agora também pode aparecer como lista para a vacina, mas o modo de operação é sempre o mesmo”, explica o coordenador de Repressão a Crimes contra o Corf (Consumidor, Ordem Tributária e Fraudes), da Polícia Civil do Distrito Federal, delegado Wisley Salomão.
A principal dica para evitar esse tipo de golpe é nunca passar qualquer informação ou códigos recebidos por SMS a quem quer que seja. O próprio Ministério da Saúde, informa que não pede dados pessoais nem doações ou transferências em dinheiro. Qualquer ligação da pasta será feita pelo número 136 ou 00136.
O que
fazer?
Caso o alvo do golpe acabe caindo na lábia do criminoso, há
algumas providências que precisam ser tomadas. “O estelionatário passa a ter
acesso a todas as conversas e grupos, e começa a pedir pagamentos ou depósitos.
O mais importante é avisar, nas redes sociais, que passou por essa situação.
Isso impede que amigos e familiares façam qualquer transferência”, destaca
Wisley Salomão.
Já pelo lado de quem recebe a mensagem pedindo dinheiro, o ideal é confirmar de alguma outra forma que o parente ou amigo realmente precisa do depósito. “Ligue, sem ser pelo WhatsApp, para o número da pessoa. Olhe bem para quem será enviado o dinheiro, seja por Pix ou TED, e também retire a pessoa de qualquer grupo que ela esteja”, aponta Salomão.
Dinheiro dificilmente é recuperado
Conforme destaca o chefe da Divisão de Repressão aos Crime
Cibernéticos (DRCC) da PCDF, delegado Giancarlos Zuliani,
esse não é um caso isolado. “São centenas de ocorrências que recebemos. É o que
mais se registra”, pontua.
Apesar de o registro ser importante para que a Polícia Civil
consiga identificar os golpistas, ele avisa que é difícil alguém recuperar o
dinheiro que transferiu. “A chave é não cair. Às vezes, conseguem achar a conta
dessas pessoas [os golpistas] e tem R$ 5 mil para dividir entre 30 vítimas.
Como que faz?”, questiona.
E se engana
quem imagina que esse tipo de estelionato seja simples. De acordo com o
delegado, há uma grande subdivisão de tarefas. “Tem a pessoa responsável por
captar dados, tem a outra que recruta laranjas para depositar o dinheiro, outra
que coordena a operação, além daquela que manda mensagem ou liga para a
vítima”, detalha Giancarlos Zuliani.
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