O plantel leiteiro de Itapiranga é formado por 20.500 animais. Foto: Divulgação/MB Comunicação
A bacia leiteira do
município de Itapiranga, no extremo oeste catarinense, obteve crescimento
de 133% na produção nos últimos 14 anos, mesmo com a redução de 36,7% no número
de produtores rurais que atuam na atividade. Conforme levantamento, em 2007,
eram 900 criadores com produção de 30 milhões de litros/ano. Em 2021, o número
de produtores caiu para 570 e o volume cresceu para 70 milhões de litros/ano.
Esses resultados
positivos na evolução produtiva foram possíveis pelos investimentos no
aprimoramento dos processos e na melhoria da gestão das propriedades. Entre as
iniciativas estão as consultorias para certificação das propriedades rurais
como livres de tuberculose e brucelose, realizadas pelo Sebrae/SC, pela
Prefeitura de Itapiranga e pelo Instituto de Desenvolvimento Regional (IFAI).
Os recursos para execução dos trabalhos são provenientes do Programa de
Consultoria Tecnológica do Sebrae (Sebraetec).
O plantel leiteiro
de Itapiranga é formado por 20.500 animais, com 16.200 vacas em lactação, que
tem uma produtividade média de 11,92 litros/dia/vaca. Esse indicador de
produtividade é superior à média nacional de 4,38 litros/dia/vaca (SIS) e
também do índice mundial de 9,66 litros/dia/vaca (IEPEC). A produção local no
ano passado foi de 68 milhões de litros de leite.
“A matéria-prima de
Itapiranga atualmente tem um grande respaldo no cenário estadual por vários
fatores, a exemplo dos trabalhos desenvolvidos ao longo desses anos, pelo
empenho e pelo comprometimento dos produtores. Esse status que conquistamos de
sanidade animal e a visão do segmento lácteo com foco no mercado mundial são reconhecidos,
tanto que o município está entre os três melhores na gestão e na erradicação
dessas duas zoonoses”, enaltece o consultor credenciado ao Sebrae/SC, Lazie
De Col.
Para o
prefeito Alexandre Ribas é fundamental pensar e executar
estratégias voltadas ao futuro da atividade, para ampliar a produtividade e
reduzir o impacto das frequentes estiagens e da praga da cigarrinha no milho,
também utilizado para alimento dos animais. “Os produtores precisarão investir
em tecnologias para produção de alimentos e para o desenvolvimento tecnológico,
gerenciando os processos por meio de indicadores”, enfatiza.
PROJEÇÕES
A projeção para
2021 dos 211 produtores atendidos no município – que representam 37% dos
participantes do Sebraetec – é de 70 milhões de litros, com a produção
certificada de 42 milhões. Segundo De Col, o trabalho de certificação das
propriedades resulta no acréscimo de R$ 0,03 por litro no valor pago ao
produtor, ou seja, um aumento no lucro líquido de R$ 1,260 milhão/ano.
Para o diretor
técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro, essas estratégias são
essenciais para que os recursos permaneçam no município e contribuam para o
desenvolvimento de todos os setores econômicos.
“Esse é um ponto
relevante relacionado ao processo de estreitar cada vez mais a parceria, porque
o Sebrae/SC olha para os empresários rurais ou urbanos com o objetivo de
contribuir no aumento da renda, então, um investimento como esse que vai render
de ano a ano incremento de três centavos por litro é o verdadeiro benefício”,
analisa.
O próximo passo
será incentivar o laticínio, que será implantado no município, a utilizar esse
status sanitário diferenciado das propriedades certificadas. De Col antecipa
que os produtores rurais estão sendo preparados para atender o mercado
internacional.
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