FIESC e São Miguel do Oeste lançam programa para acolher e empregar migrantes em SC

Foto: FIESC/Divulgação

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27/10/2025 - 19h55

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em parceria com a Prefeitura de São Miguel do Oeste e a Organização Internacional para as Migrações (OIM/ONU), lançaram na sexta-feira (24) o programa Porta Aberta, voltado para inclusão de migrantes no mercado de trabalho.

São Miguel do Oeste foi escolhido para iniciar o projeto por ser um dos principais destinos de migrantes no estado, especialmente venezuelanos. De 2022 a 2025, a presença de estrangeiros na cidade passou de 7,5% para 19,3% da população. Hoje, 19% dos trabalhadores da indústria local são migrantes.

O programa tem duas frentes:

- Pública, com apoio social e integração comunitária.

- Privada, para preparar empresas a receber e qualificar os novos trabalhadores.

“O desenvolvimento do nosso estado passa por integrar quem escolheu Santa Catarina para recomeçar”, afirmou Gilberto Seleme, presidente da FIESC.

Apoio da FIESC, SESI e SENAI

O braço social da FIESC, o SESI/SC, atuará com ações de educação, saúde mental, telemedicina, orientação sobre leis trabalhistas e capacitação de lideranças. Já o SENAI/SC entra com cursos de qualificação profissional voltados para a demanda da indústria local.

“O Porta Aberta une iniciativa pública e privada com o mesmo propósito: transformar desafios em oportunidades”, destacou Daniel Tenconi, superintendente do SESI/SC.

Crescimento populacional e impacto econômico

Entre 2020 e 2025, a população de São Miguel do Oeste cresceu 16,8%, alcançando 47,7 mil habitantes. Apesar disso, o PIB per capita caiu 1,8%, o que mostra que crescimento sem integração não gera desenvolvimento proporcional.

Com a chegada dos migrantes, a cidade enfrenta desafios sociais, mas também encontra potencial para fortalecer a economia local, desde que haja estrutura para acolhimento e capacitação.

Números em SC

- 27,2 mil venezuelanos foram interiorizados em SC entre 2018 e 2024.

- 59,6 mil estrangeiros estão registrados no CadÚnico (dez/2023).

- Na indústria catarinense, 5,5% dos trabalhadores são migrantes — o equivalente a 53,7 mil pessoas.

Setores com mais migrantes empregados:

- Alimentos e Bebidas: 24,2 mil

- Construção: 4,5 mil

- Têxtil/Calçados: 3,5 mil

- Metalmecânica: 2,8 mil

O programa Porta Aberta é piloto em São Miguel do Oeste, mas deverá ser levado a outras cidades do estado nos próximos anos.

 


  • por
  • Jornal Regional
  • FONTE
  • Ascom/FIESC



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