Foto: Site El Territorio
Um depósito ilegal de gás de cozinha explodiu no Parque de Gramado, na cidade de Bernardo de Irigoyen e deixou
pelo menos um homem gravemente ferido. A informação foi divulgada pelo site El Territorio nesta
quarta-feira, 17. O local era utilizado para transferência de gás de cozinha do
botijão argentino para o brasileiro. O fato aconteceu no último domingo, 14.
Segundo o site, o argentino, Marcio Álves Ferreira, de 18
anos, teve 80% do corpo queimado e está na UTI do Hospital Samic, em Eldorado,
desde de domingo. O jovem está entre a vida e a morte.
O botijão de gás, que chega legalmente em jarras e botijões
em depósitos clandestinos de San Antonio e Irigoyen, é transferido manualmente
para os botijões usados pelos brasileiros. A venda ilegal do gás de cozinha
nunca parou na fronteira entre Dionísio Cerqueira e Irigoyen, mas ganhou força
após as autoridades liberarem o fluxo de turistas entre os dois países mesmo
sendo ilegal este tipo de comercialização.
A compra ilegal por parte de brasileiros é incentivado pelo
alto custo do gás de cozinha na região que chega a custar cerca de R$ 105. Já
na Argentina, este produto é quatro vezes menor, chegando a custar entre R$ 25
e R$ 30. O site também afirmou que os argentinos atravessam a fronteira por Dionísio
ou Santo Antônio do Sudoeste para comercializar os botijões por somas que
deixem lucros maiores que a venda nacional.
Márcio era um dos responsáveis em transferir o conteúdo das
jarras argentinas para as brasileiras por gravidade - foto acima - em um galpão
de aluzinco e sem nenhum mecanismo de segurança, apesar do perigo extremo, o
jovem realizava o serviço.
O site El Territorio também conversou com o pai do
jovem gravemente ferido por este comércio ilegal. Seu Gilberto Álves, pai do
jovem, relatou sobre a saúde do rapaz.
“Ele
ainda está vivo, mas está muito ferido", lamentou o pai do
jovem, “Peço que
orem por ele, é um bom menino”, acrescentou, afirmando que se
sentia angustiado, desesperado, esperando que os médicos relatassem algo. O
site também afirmou que muitos jovens estão dispostos a arriscar a própria vida
para ganhar entre 15 e 20 mil pesos mensais - cerca de R$ 1,100 em moeda
brasileira.
O pai do jovem Márcio ainda disse que espera que as
autoridades tomem uma atitude em relação ao contrabando e afirmou que esta não
seria a primeira vez que aconteceu um sinistro similar.
“Peço
que seja investigado porque não é a primeira vez que isso acontece. Os tanques
de gás funcionam aos olhos das autoridades, que sabem onde estão, mas ninguém
faz nada. Não há regulamentação, não há controle. Desta vez foi o meu filho mas
ninguém liga, serão os outros ”, relatou Gilberto, admitindo saber
que o filho mexia com o gás nas jarras sem proteção.
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