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Foto: AGORARN
A partir de amanhã (12), todos os condutores
do país com carteira nacional de habilitação (CNH) nas categorias C, D ou E,
que incluem motoristas de caminhão, ônibus e vans, serão multados de forma
automática em R$ 1.467,35, se não estiverem com o exame toxicológico em dia. O
registro será imediato na CNH.
O presidente executivo da Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox), Renato Dias, explicou à Agência Brasil que a nova lei do trânsito (Lei 14.071/20), aprovada em outubro de 2020, entraria em vigor no dia 12 de abril deste ano. Em função da pandemia de covid-19, o prazo foi adiado para 12 de novembro. A medida considerou também o passivo elevado de condutores profissionais das categorias C, D e E que vinham descumprindo a realização do exame periódico. “A ABTox, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), hoje Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), em comum acordo, ajustaram para que o prazo fosse escalonado e prorrogado. Isso foi um benefício que o governo concedeu a todos os motoristas profissionais C, D e E”, informou Dias.
Segundo o presidente da ABTox, o passivo de condutores nessas três categorias fica em torno de 1,5 milhão. Ele disse que os motoristas precisam fazer o exame urgentemente porque, a partir de 1º de dezembro, quem não tiver feito até 30 de novembro terá multa automática de R$ 1.467,35, expedida pelo órgão executivo de trânsito de seu estado. A medida envolve os condutores cuja validade da CNH venceu ou vai vencer em 2021 e aqueles cujo documento vencerá em qualquer mês de 2022 ou de 2023. “Quando o cidadão for renovar sua carteira, será surpreendido com a multa aplicada por descumprimento do exame. Se for fiscalizado na cidade ou na rodovia e estiver com o exame vencido, receberá outra multa pela autoridade de trânsito.
Renato Dias destacou a importância da
divulgação dessas informações. A ABTox, junto com a CNTA, tem feito campanha
maciça nas redes sociais e nos meios de comunicação. Afirmou ser muito
importante também que o governo, por meio do Ministério da Infraestrutura,
faça a divulgação das medidas em seus canais oficiais, alertando os condutores
profissionais C, D e E para o fim do prazo de realização do exame – 30 de
novembro – e a entrada da lei em vigor amanhã. “O condutor já será autuado
e também, a partir de 1º de dezembro, receberá multa automática quem não
fizer o exame toxicológico periódico”, lembrou.
O Artigo 165B do Código de Trânsito Brasileiro
(CTB) estabelece multa de R$ 1.467,35 em caso de fiscalização em flagrante,
caso o condutor seja abordado por algum agente de trânsito, ficando sujeito
ainda à retenção do veículo até apresentação de novo condutor com exame em dia
e devidamente habilitado, e suspensão por 90 dias do direito de dirigir. O
parágrafo único desse mesmo artigo estabelece a necessidade de os condutores
das três categorias profissionais que exercem atividade remunerada fazerem o
exame a cada dois anos e seis meses. Hoje, o Brasil tem em torno de 10
milhões de motoristas profissionais C, D e E.
Segurança
O secretário executivo da CNTA, Marlon Maues,
afirmou que os caminhoneiros aceitaram bem a medida, embora tenha destacado que
a segurança das rodovias não depende só do exame toxicológico ou do
caminhoneiro. “É como um todo”. Ele reconheceu, entretanto, que “em função
da exigência de desempenhar o menor tempo na estrada
para ter uma remuneração digna, muitas vezes uma parcela da categoria
acaba fazendo uso inadequado de entorpecentes para cumprir suas
obrigações”.
A obrigatoriedade de realização do exame
periódico foi positivo e resultou em um ganho para a sociedade, admitiu Maues.
O adiamento da vigência da lei deu oportunidade aos caminhoneiros para a
realização do periódico e a regularização, bem como aos demais
condutores das categorias C, D e E.
“A CNTA reconhece a obrigatoriedade (do exame)
como muito positivo, mas deveria haver uma comunicação compatível com isso.
Porque nós ficamos realmente muito preocupados no sentido de que os
caminhoneiros, por mais que sejam favoráveis e aceitem, eles tenham aí uma
multa por desconhecimento, uma vez que estão trabalhando no dia a dia em suas
atividades e não podem ler o Diário Oficial e documentos com as informações”.
Por isso, afirmou ser “importantíssimo” que a autoridade pública faça esse
movimento e promova uma campanha maciça, divulgando a obrigatoriedade do exame,
bem como o calendário específico, “para que os motoristas tomem conhecimento da
urgência de fazê-lo dentro do prazo adequado”.
Sem referência
Procurado pela Agência Brasil, o
Ministério da Infraestrutura respondeu, em nota enviada pela Assessoria
Especial de Comunicação, que “não há qualquer referência a 12 de
novembro de 2021 no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) ou na Resolução nº
855/2021, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabeleça os
prazos para renovação do exame toxicológico”.
De acordo com a assessoria, essas informações
são divulgadas no site e nas redes sociais do ministério e da
Senatran como um “lembrete para que o condutor procure o posto de coleta
de um laboratório e realize o exame toxicológico. Isso evitará surpresas, seja
numa abordagem ao dirigir um veículo que exija a categoria C, D ou E, ou no ato
da renovação, quando pode ser constatada a “multa de balcão”.
No ato da fiscalização, os agentes da
autoridade de trânsito deverão observar a validade da CNH do condutor das
categorias C, D e E e verificar, na tabela da Resolução Contran n°
855/2021, qual o respectivo tempo para a realização do exame,
independentemente de os prazos de validade do documento de habilitação terem
sido prorrogados.
A nota enviada pelo ministério ressalta que há
prazos vencendo em novembro e em dezembro. “Então, fica o alerta aos
motoristas: todo mundo deve estar em dia com o exame toxicológico. Além de
regularizar sua situação perante a legislação de trânsito, o condutor pode
aproveitar o exame periódico para renovar o documento de habilitação, se o
fizer em até 90 dias após a data da coleta da amostra para o exame. Caso a
renovação ocorra em mais de 90 dias, o motorista precisará fazer novo teste”.
A nota lembra que a multa possível no ato da
renovação, prevista no parágrafo único do Art. 165-B do CTB, a chamada “multa
de balcão”, “não se aplica aos condutores que exercem atividade remunerada,
cuja data de validade da CNH seja anterior a 12 de outubro de 2023”.
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