Imagem: Divulgação
Nesta terça-feira
(25), a Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) anunciou a identificação de uma
nova variante da Covid-19 no país. A linhagem foi batizada de P.4 e circula
no interior de São Paulo.
Detectada
inicialmente em Mococa (a 325 km de São Paulo), a variante já aparece também em
outras cidades do interior paulista, como Porto Ferreira.
“O sistema pango
de linhagens dos Sars-CoV-2 nomeou uma nova linhagem brasileira como P.4. Essa
variante, que apresenta a mutação L452R na proteína S dos Sars-CoV-2, tem
circulado no interior do estado de São Paulo”, afirma comunicado da SBV.
Variantes são novas
formas que um vírus assume ao sofrer uma ou mais mutações que o distingam de
sua forma ancestral e que são isoladas em determinada região –assim,
o surto de Manaus foi por uma variante identificada em várias
amostras de lá. Já cepa é o termo que se refere a uma única amostra isolada em
laboratório.
Apontadas muitas
vezes como a causa da piora da pandemia, as variantes na verdade são
resultado do descontrole e da alta circulação de pessoas. Quanto mais o
vírus circula, maiores as chances de mutações surgirem.
Desde o começo da
pandemia, diversas variantes do coronavírus Sars-CoV-2 já foram
identificadas. Algumas foram classificadas como variantes de preocupação
conhecidas, ou VOCs, sigla utilizada para descrever formas do vírus com
mutações que podem causar estrago do ponto de vista de saúde pública.
Isso porque, embora
seja normal e até esperado que os vírus sofram mutações, algumas delas
facilitam a entrada do vírus nas células ou então impedem a ação
de anticorpos neutralizantes.
Já outras são
chamadas de VOIs (variantes de interesse) e são monitoradas pelos organismos de
saúde.
O diretor municipal
de saúde de Mococa, Luiz Nicanor Bettiol Júnior, disse que ainda é cedo para
saber se a nova linhagem descoberta é menos ou mais perigosa do que as já
existentes. “O que pode se dizer é que foi observada uma característica
genética diferente.”
Entre as variantes
já identificadas do coronavírus estão a B.1.1.7, identificada no Reino Unido, a
B.1.351, que surgiu na África do Sul, e as duas linhagens brasileiras: P.1,
originária de Manaus, e P.2, menos conhecida. Nos EUA, foram identificadas a CAL.20C,
do sul da Califórnia, e a B.1.526, de Nova York.
Recentemente, a OMS
classificou a B.1.617, variante identificada primeiro na Índia, como uma VOC.
Na semana passada, ela foi detectada pela primeira vez no Brasil, no
estado do Maranhão, a partir de tripulantes de um navio que ancorou em São
Luís.
O comunicado da SBV
afirma que a identificação da P.4 foi feita pelo Instituto de Biotecnologia
(Ibtec), pelo Instituto de Biociências da Unesp (Universidade Estadual
Paulista) em Botucatu, pelo Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas
(Ibilce) da Unesp em São José do Rio Preto, pelo Laboratório de Pesquisa em
Virologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), pela
Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), pela Unesp de Araraquara e pela
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP Pirassununga
(FZEA-USP).
O estudo foi
fomentado pela Rede Corona-Ômica da RedeVírus do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovações (MCTI), segundo a SBV.
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