Novembro teve uma das temperaturas mais altas já registradas no mundo

07/12/2020 - 14h09

De acordo com o serviço europeu de monitorização das alterações climáticas do Copernicus (programa de observação da Terra da União Europeia), o mês de novembro foi um dos mais quentes já registrados no mundo, superando o recorde estabelecido em 2016.

A temperatura no mundo ultrapassou em 0,13°C a marca anterior, notificado no mesmo mês dos anos de 2016 e 2019, ficando 0,77°C acima da temperatura média para o período 1981-2010.

“Esses registros estão de acordo com a tendência de longo prazo do aquecimento global”, comentou Carlo Buontempo, diretor do Copernicus para as alterações climáticas, apelando aos líderes mundiais para “verem esses índices como sinais de alarme e procurarem as melhores formas de cumprir os compromissos do Acordo de Paris”.

O período de 12 meses entre dezembro de 2019 e novembro de 2020 está 1,28°C acima das temperaturas pré-industriais, disse a instituição em seu relatório climático mensal, publicado nesta segunda-feira (7).

Os anos de 2015 a 2020 foram os seis mais quentes já registrados.

Com o novo recorde no mês de novembro, o planeta aproxima-se perigosamente do primeiro limite máximo do Acordo de Paris, que celebra o seu quinto aniversário esta semana.

O pacto, assinado em 2015 por 195 países que se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, visa manter o aquecimento global abaixo de 2°C, se possível a 1,5°C, para limitar os impactos devastadores de tempestades, secas e incêndios no globo.

Mas o planeta tem aquecido a uma taxa média de 0,2°C por década desde o fim dos anos 1970, lembrou o Copernicus.

O aquecimento global já atingiu cerca de 1,2°C e é pouco provável que em 2020 se inverta a tendência.

A Organização Meteorológica Mundial anunciou, na semana passada, que 2020 ficará no pódio dos anos mais quentes. Os dados provisórios colocam-no por agora em segundo lugar, atrás de 2016, mas a diferença é pequena e a classificação ainda pode mudar.

Com os novos dados de novembro, “2020 está agora ainda mais próximo do recorde estabelecido em 2016”, apontou o Copernicus.

Os defensores do clima esperam que a cimeira organizada no próximo sábado pela ONU e o Reino Unido para assinalar o 5º aniversário do Acordo de Paris permita relançar os objetivos da luta contra o aquecimento global.

No mês passado, as temperaturas foram particularmente altas na Sibéria, no Oceano Ártico, em partes do Norte da Europa e ainda nos Estados Unidos, América Latina e Antártida Ocidental.

Com o Verão austral a começar, a Austrália já teve a sua primeira onda de calor, com 48°C registados em Andamooka, no Sul do país, e novos incêndios devastaram as florestas da Ilha de Fraser, considerada Património Mundial.

A Europa teve o outono mais suave dos últimos tempos, com uma média de 1,9°C acima do período de referência, e 0,4°C acima do recorde anterior, registado no outono de 2006.

A base de dados de satélite Copernicus para observações de temperatura data de 1979.

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